China continuará a responder aos EUA em disputa comercial e aumentará gastos do governo, diz ministro
PEQUIM (Reuters) - A China continuará a responder aos Estados Unidos conforme mais tarifas comerciais forem impostas pelos norte-americanos, mas suas contramedidas serão adotadas de forma a evitar danos a empresas na China, sejam elas locais ou estrangeiras, disse o ministro das Finanças, Liu Kun.
Por enquanto, o impacto dos "atritos comerciais" entre China e EUA sobre a economia chinesa tem sido pequeno, mas ele está preocupado com a potencial perda de empregos, disse Liu à Reuters na quinta-feira, em entrevista no Ministério das Finanças, a primeira à imprensa desde que assumiu o cargo em março.
Ele explicou que o governo chinês irá aumentar os gastos para dar apoio aos trabalhadores e desempregados que forem afetados pelo conflito comercial, e prevê o aumento da emissão de títulos por governos locais para investimento em infraestrutura neste ano, superando a marca de 1 trilhão de iuanes (US$ 145,48 bilhões) até o final do trimestre atual.
O conflito comercial se intensificou na quinta-feira, quando os EUA e a China adotaram mais tarifas sobre produtos um do outro. Desde o início de julho, as duas maiores economias do mundo adotaram tarifas sobre um total somado de US$ 100 bilhões em bens.
"A China não quer entrar em uma guerra comercial, mas vamos responder firmemente a medidas abusivas adotadas pelos Estados Unidos", disse Liu. "Se os Estados Unidos persistirem com essas medidas, vamos adotar ações de forma proporcional para proteger nossos interesses."
Até a gora, a China impôs ou propôs tarifas sobre US$ 110 bilhões em produtos dos EUA, representando a maior parte de suas importações de produtos norte-americanos. Petróleo e grandes aeronaves são importantes produtos dos EUA que ainda não foram alvos de taxas.
Negociações comerciais entre autoridades norte-americanas e chinesas terminaram na quinta-feira sem qualquer sinal de grande avanço.
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