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Bovespa avança 1% com cenário externo benigno, mas eleição segue no radar

27/08/2018 11h03

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O tom positivo prevalecia na bolsa paulista na manhã desta segunda-feira, favorecido pelo viés benigno em praças financeiras no exterior, enquanto expectativas relacionadas ao cenário eleitoral permanecem como pano de fundo dos negócios.

Às 10:54, o Ibovespa subia 1,17 por cento, a 77.156,06 pontos. O volume financeiro somava 898 milhões de reais.

A Coinvalores destacou que investidores retomaram o apetite ao risco, após o chairman do banco central norte-americano, Jerome Powell, reiterar na sexta-feira o gradualismo no ajuste monetário dos EUA, segundo nota a clientes.

Em Wall Street, o S&P 500 subia 0,49 por cento, também ajudado por notícias de que as negociações bilaterais entre México e EUA como parte da renegociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), estão perto de serem concluídas.

Da cena política doméstica, a equipe da corretora Magliano destacou em nota a clientes as entrevistas de candidatos a Presidência ao Jornal Nacional, da TV Globo, a partir desta segunda-feria, entre outros eventos ligados à eleição.

Mais cedo, pesquisa de intenção de votos para a eleição de outubro encomendada pelo BTG Pactual ao Instituto FSB Pesquisa mostrou o candidato Jair Bolsonaro (PSL) na liderança da disputa em cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No cenário sem Lula, que está preso desde abril e deve ficar fora do páreo devido à Lei da Ficha Limpa, Bolsonaro aparece com 24 por cento de apoio, à frente de Marina Silva (Rede), que registra 15 por cento. A seguir estão Geraldo Alckmin (PSDB), com 9 por cento; Ciro Gomes (PDT), com 8 por cento; Fernando Haddad (PT), com 5 por cento; João Amoêdo (Novo), com 4 por cento, e Alvaro Dias (Podemos), com 3 por cento. Brancos/nulos e nenhum dos candidatos somam 23 por cento.

"As pesquisas eleitorais divulgadas nos últimos dias mostraram pouca variação nas intenções de voto para presidente, com o cenário de indefinição mantido e a candidatura de Alckmin, vista pelo mercado como a mais provável de implementar as reformas necessárias à economia, ainda patinando e com pouca competitividade no primeiro turno", afirma nota distribuída a clientes pela gestora Icatu Vanguarda.

Na visão da gestora, o início da campanha eleitoral na TV poderá trazer mudanças nesse quadro, mas há dúvidas sobre se o modelo de campanha este ano - mais curto, com menos recursos e com inserções ao longo do dia - terá o mesmo impacto do que em eleições passadas. "Continuamos a vislumbrar uma campanha bastante indefinida".

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN subia 1,61 por cento, em sessão positiva para o setor financeiro como um todo, com BRADESCO PN em alta de 1,9 por cento. BANCO DO BRASIL tinha elevação de 1,52 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT valorizava-se 1,89 por cento.

- PETROBRAS PN tinha elevação de 0,44 por cento, em sessão sem viés claro para os preços do petróleo no exterior, enquanto o noticiário relacionado à petrolífera de controle estatal incluía que nova fase de venda de fatias em áreas nas bacias de Santos e Campos e também a interdição parcial da refinaria de Paulínia (Replan)após incêndio ocorrido há uma semana.

- VIA VAREJO UNIT valorizava-se 2,87 por cento, em meio ao alívio no movimento de alta das taxas futuras de juros mais longos, que ajudava o setor de consumo como um todo, e tendo também radar comentário do diretor-presidente do Grupo Pão de Açúcar, Peter Estermann, ao jornal francês Les Echos de que o GPA não está negociando com a Amazon a venda de sua unidade de comércio de móveis e eletrodomésticos. Perguntado se havia alguma lógica para conversas com a Amazon, ele disse: "Talvez no futuro, mas não agora".

- GERDAU PN subia 1,07 por cento, em sessão positiva para siderúrgicas em geral e tendo no radar que seu conselho de administração aprovou a venda das operações e ativos da companhia na Índia, por um valor de 120 milhões de dólares. Para analistas do Itaú BBA, a notícia é positiva e reforça o foco em concentrar seus esforços em operações de maior valor agregado (Brasil e América do Norte) e em reduzir significativamente o endividamento.

- TIM ON tinha acréscimo 0,33 por cento, após o grupo de telecomunicações confirmar no final da sexta-feira que o vice-presidente de operações, Pietro Labriola, deixará a companhia até o final de setembro. "A partida quase simultânea dos dois principais executivos da TIM, sem dúvida, não é boa", disseram analistas do BTG Pactual, ponderando, contudo, a qualidade da equipe que fica e a reputação do presidente-executivo, Sami Foguel, como pontos positivos.

- SUZANO perdia 2,91 por cento, na esteira do dólar mais fraco ante o real, assim como o setor de papel e celulose como um todo.