Índice recua com incertezas eleitorais adicionando volatilidade
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista mostrava fraqueza nesta terça-feira, após o Ibovespa fechar em alta nos dois pregões anteriores, com o cenário eleitoral nebuloso ainda adicionado volatilidade aos negócios, apesar do cenário externo relativamente favorável.
Às 12:24, o Ibovespa caía 0,57 por cento, a 77.487,5 pontos. O volume financeiro somava 2,9 bilhões de reais.
"As atenções ainda estão concentradas na campanha eleitoral, à medida que se aproxima o início da propaganda gratuita no rádio e TV", afirmou a consultoria de investimentos Lopes Filho, em relatório distribuído a clientes nesta sessão.
Investidores estão na expectativa sobre o impacto do início da campanha no rádio e na televisão nas pesquisas de intenção de votos, que seguem mostrando o tucano Geraldo Alckmin, visto no mercado como a mais provável de implementar as reformas necessárias à economia, pouco competitivo.
Relatórios de corretoras destacam na agenda desta terça-feira a participação no Jornal Nacional do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que vem liderando a preferência dos eleitores em cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No exterior, o viés positivo persistia, ainda apoiado na repercussão do acordo entre Estados Unidos e México, que aliviou por ora preocupações sobre disputas comerciais. Em Nova York, o S&P 500 e o Nasdaq renovaram máximas intradias.
DESTAQUES
- MARFRIG caía 4,85 por cento, engatando o quarto pregão de baixa e tocando mínima intradia desde o começo de abril deste ano, mesmo após ajuste em acordo de acionistas prevendo limite de alavancagem, o que agradou analistas. Em agosto, o papel acumula perda de cerca de 28 por cento, em grande parte dada a decepção com o valor de venda da unidade norte-americana Keystone.
- CSN recuava 4,95 por cento, após a Justiça Federal de São Paulo bloquear a distribuição pela siderúrgica dos 890 milhões de reais em dividendos declarados no dia 17 de agosto e que seriam pagos a partir do dia 30 deste mês. A empresa disse que "está avaliando todas as medidas cabíveis".
- B2W perdia 4,19 por cento, devolvendo os ganhos da véspera, conforme o setor de consumo e varejo de modo geral retomava o viés negativo nesta sessão, marcada pela retomada da alta das taxas futuras de juros.
- GOL cedia 2,6 por cento, conforme o dólar voltou a se valorizar contra o real, superando os 4,13 reais, uma vez que a taxa de câmbio tem forte efeito nos custos de companhias aéreas. A pauta do dia também trouxe dados sobre a demanda e oferta de companhias brasileiras em julho.
- SUZANO PAPEL E CELULOSE subia 1,85 por cento, recuperando-se de perdas na véspera, conforme o fortalecimento do dólar ante o real tem efeito benigno em sua receita, assim como de outras fabricantes de papel e celulose e exportadoras, como WEG, em alta de 1,22 por cento.
- PETROBRAS PN cedia 0,64 por cento, em sessão sem viés único nos contratos de petróleo Brent e WTI e após os papéis subirem nos dois pregões anteriores.
- VALE cedia 0,57 por cento, tendo de pano de fundo queda nos contratos futuros de minério de ferro na China.
- BRADESCO PN perdia 0,79 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN caía 0,79 por cento, também ajustando-se a ganhos nos últimos dois pregões. BANCO DO BRASIL recuava 0,23 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT cedia 0,4 por cento.
(Por Paula Arend Laier)
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