Cautela eleitoral e exterior contêm vendas e dólar tem leves oscilações ante real
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava com muito vaivém ante o real nesta quarta-feira, influenciado, de um lado, pela força da divisa norte-americana ante moedas emergentes e pela cautela com a cena eleitoral local, e, de outro, pelo anúncio da rolagem da linha pelo Banco Central e um movimento de correção.
Às 12:16, o dólar recuava 0,32 por cento, a 4,1280 reais na venda, depois de bater a máxima de 4,1651 reais no início dos negócios. Na mínima, a moeda foi a 4,1223 reais. O dólar futuro recuava cerca de 0,30 por cento.
O Banco Central anunciou na noite de terça-feira que fará leilões de venda de dólares com compromisso de recompra na próxima sexta-feira, para rolagem dos 2,150 bilhões de dólares que vencem no próximo dia 5 de setembro.
Com isso, o BC retira qualquer pressão adicional sobre o câmbio por causa de dúvidas sobre esse vencimento.
"Com o leilão de linha, o BC dá uma sinalização de que está de olho no mercado e vai entrar se necessário", afirmou a estrategista de câmbio Fernanda Consorte, do Banco Ourinvest.
Nesta sessão, a autoridade ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 5,04 bilhões de dólares do total de 5,255 bilhões de dólares que vence em setembro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Apesar de o leilão de linha ter contribuído para a realização de lucro quando o dólar foi acima de 4,15 reais, o mercado ainda segue bastante cauteloso, limitando a movimentação da moeda.
"Está muito volátil, sem saber para onde ir", explicou Fernanda ao se referir à indefinição do cenário eleitoral, com o candidato preferido do mercado, Geraldo Alckmin (PSDB), patinando nas pesquisas e a possibilidade de um segundo turno com a participação do PT.
O mercado aguarda a divulgação da pesquisa do DataPoder360, atento ainda ao início da campanha de rádio e televisão na sexta-feira.
No exterior, o dólar oscilava ao redor da estabilidade ante uma cesta de moedas.
Números do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo trimestre contribuíam para dar algum suporte à norte-americana, principalmente em relação a divisas de emergentes. A economia norte-americana cresceu 4,2 por cento de abril a junho, ante 4,1 por cento estimados inicialmente.
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