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Conselho global de normas contábeis vai considerar reformulação de regra do "goodwill"

29/08/2018 12h28

Por Huw Jones

LONDRES, Aug 29 (Reuters) - Um órgão que define padrões contábeis globais disse que vai analisar como as empresas calculam os ativos intangíveis em seus balanços patrimoniais para evitar que investidores sejam enganados com avaliações excessivamente otimistas sobre a saúde financeira de companhias.

O "goodwill" refere-se, por exemplo, ao valor da marca de uma empresa, que vai além dos ativos físicos. Cabe a uma empresa decidir a cada ano quanto o goodwill perdeu valor, se perdeu, e como esta mudança será registrada, um passo que pode afundar uma empresa no vermelho.

A amortização, ou a redução sistemática do goodwill ao longo do tempo, foi banida pelo Conselho Internacional de Normas Contábeis (IASB, na sigla em inglês) em 2004, embora ainda seja usada em países como o Japão, que possuem suas próprias regras contábeis nacionais.

"O risco é que o goodwill continue acumulando ao longo do tempo, mesmo quando a economia não justifica isso", disse Hans Hoogervorst, presidente do IASB, em um discurso em Tóquio na quarta-feira.

O IASB escreve normas usadas em 144 jurisdições, incluindo a União Europeia, para verificar a contabilidade de milhares de empresas listadas em bolsas de valores.

"Nesses casos, o balanço patrimonial pode dar uma representação excessivamente otimista da saúde financeira de uma empresa. Embora investidores sofisticados devem ser capazes de enxergar números de goodwill inflados, outros não podem", disse Hoogervorst.

A questão de se reintroduzir a amortização será colocada em um próximo documento de discussão do IASB.

"Antes do Japão comemorar, no entanto, deixe-me avisá-lo que está longe de uma conclusão precipitada de que este documento de discussão levará a uma reintrodução da amortização."

A amortização foi proibida pelo IASB porque era impossível determinar objetivamente de quanto em quanto tempo deveria ocorrer, e não ficou imediatamente claro que o fim da proibição passaria no teste de análise de custo-benefício do IASB, disse Hoogervorst.

(Por Huw Jones)