Dólar cai quase 1% com exterior e avanço de Bolsonaro em pesquisas
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar terminou a segunda-feira com queda firme ante o real, influenciado pela melhora do candidato Jair Bolsonaro (PSL) em pesquisas intenções de votos e ajudado ainda pelo cenário externo, onde o dólar recuava ante as moedas de países emergentes.
O dólar recuou 1,00 por cento, a 4,1252 reais na venda.
Na máxima, logo após a abertura, a moeda foi a 4,2049 reais e, na mínima, perto do fechamento, marcou 4,1157 reais. O dólar futuro tinha perda de cerca de 1,21 por cento.
"Tanto a economia quanto o mercado financeiro estão com uma expectativa tão baixa pelo resultado das eleições que agora, com a queda do candidato (Geraldo) Alckmin nas pesquisas, qualquer reação positiva de Bolsonaro que possa evitar o retorno da esquerda já causa um alívio imenso", comentou o diretor da More Invest Gestora de Recursos, Leonardo Monoli.
O mercado gostaria que um candidato mais comprometido com o ajuste das contas públicas --e Alckmin (PSDB) é visto como o mais adequado-- vencesse as eleições.
Desta forma, logo após a abertura, a moeda norte-americana chegou à máxima de 4,2049 reais, justamente com a primeira leitura de que os levantamentos eleitorais mostraram avanço de candidatos que o mercado considera menos comprometidos com o equilíbrio fiscal.
A pesquisa do Datafolha na sexta-feira mostrou Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT) empatados em segundo lugar, enquanto levantamento do BTG Pactual nesta sessão também mostrou Haddad em segundo lugar.
Já a CNT/MDA, divulgada no final da manhã, mostrou o petista na segunda colocação, com Jair Bolsonaro (PSL) à frente. Mas agradou quando colocou Bolsonaro numa situação muito melhor no segundo turno, batendo praticamente todos os adversários.
"O vendedor, sobretudo o exportador, apareceu quando a moeda foi a 4,20 reais e, depois, o dólar perdeu força no mercado externo, firmando a queda", comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.
No exterior, o dólar operava em forte baixa ante a cesta de moedas, diante da cautela com a guerra comercial e após o presidente Donald Trump prometer para depois do fechamento dos mercados o anúncio de tarifas sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses.
O dólar também caía ante divisas de países emergentes, como o peso chileno. Ante a lira, entretanto, seguia com forte alta, em meio à expectativa por um plano econômico nos próximos dias.
O Banco Central ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 5,45 bilhões de dólares do total de 9,801 bilhões de dólares que vencem em outubro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
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