Shell diz que alta do petróleo não é fator determinante para leilão do pré-sal
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Shell estará presente no quinto leilão de áreas do pré-sal, marcado para a próxima sexta-feira, e não considera o preço do petróleo Brent, por volta dos 80 dólares o barril, decisivo para tomar decisões por ofertas, afirmou o presidente da petroleira no Brasil, André Araujo.
"Nós estamos falando de projetos para 30 anos, então não é o preço do dia que vai decidir o nosso (comportamento)", afirmou a jornalistas, nos bastidores do congresso Rio Oil & Gas, evitando detalhar como será sua participação.
Os preços do petróleo Brent subiam mais de 2 por cento nesta segunda-feira, para máximas de quatro anos, após Arábia Saudita e Rússia afirmarem no final de semana que não têm decisão imediata para aumentar a produção, apesar de apelos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Araujo frisou que a Shell participou de todas as rodadas de petróleo no Brasil, ainda que não tenha realizado lances em algumas.
O executivo afirmou ainda que a empresa acredita que o cenário de petróleo é de volatilidade.
"As empresas precisam ser resilientes e não é o preço do dia que vai seguir para sempre."
Questionado se o cenário eleitoral traz preocupação, diante das chances de um novo candidato interromper as reformas pró-mercado que estão em curso, Araujo negou.
"São decisões que o país toma. Temos 105 anos de história, temos portfólio bom e a gente concorda que o país respeita contratos", concluiu.
Ao todo, 12 petroleiras manifestaram interesse pela chamada 5ª Rodada do pré-sal, quase todas estrangeiras, incluindo Exxon Mobil e outras. A Petrobras também está inscrita.
O leilão ofertará áreas de Saturno, Titã, Pau Brasil e Sudoeste de Tartaruga Verde, localizadas nas bacias de Santos e de Campos.
A expectativa do governo brasileiro é vender todas as quatro áreas ofertadas no leilão do pré-sal previsto para a próxima sexta-feira, afirmou nesta segunda-feira o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix.
(Por Marta Nogueira)
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