Canadá não faz concessões necessárias para acordo do Nafta, dizem EUA
Por David Lawder
NOVA YORK (Reuters) - O Canadá não vem fazendo concessões necessárias para conseguir um acordo com os Estados Unidos para um pacto do Nafta e o tempo está acabando antes que Washington siga em frente com um acordo apenas com o México, disse uma fonte dos EUA nesta terça-feira.
O governo do presidente Donald Trump começou recentemente a aumentar a pressão sobre o Canadá, pressionando-o a concluir um acordo até domingo ou enfrentar uma exclusão do Tratado de Livre Comércio da América do Norte revisado.
O representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, disse que há "alguma distância" entre os dois lados em questões como acesso ao mercado de laticínios do Canadá e como resolver melhor disputas comerciais.
"O fato é que o Canadá não está fazendo concessões em áreas que pensamos ser essenciais", disse ele em Nova York.
"Vamos seguir em frente com o México", disse ele. "Se o Canadá vier junto, será melhor. Se o Canadá vier depois, então é isso que vai acontecer."
O escritório da ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, não respondeu aos pedidos de comentários. Os dois estão em Nova York para um encontro das Nações Unidas, mas ainda não está claro se vão se encontrar.
Montadoras e assessores legislativos avaliam que um acordo com o Canadá não será possível no prazo, o que deve levar os EUA a seguir em frente com um acordo bilateral com o México.
Mas eles também previram que haverá novas negociações com o Canadá, em outra tentativa de resolver as questões antes da assinatura com o México, que deve acontecer em 30 de novembro.
O governo Trump disse que é necessário concluir o texto de um acordo até domingo para permitir que o atual governo do México o assine antes que deixe o cargo no fim de novembro.
Autoridades canadenses disseram que, apesar das ameaças dos EUA de seguirem sozinhos com o México, eles não acreditam que Trump possa transformar o pacto de 1994 em um acordo bilateral.
Grupos empresariais dos EUA, alarmados por potenciais problemas nas economias cada vez mais integradas, pressionam a Casa Branca a manter o Nafta como acordo trilateral.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que tem dito vezes que ele prefere abandonar o Nafta a assinar um acordo ruim, adotou um tom mais cauteloso ao discursou antes de Lighthizer num evento em Nova York.
"Eles (os EUA e o México) fizeram alguns acordos", disse ele. "Eu acho que há uma possibilidade aí para construir a partir do que eles concordaram entre si."
O Canadá também deixou claro que os EUA precisam retirar a ameaça de Trump de impor uma tarifa de 25 por cento sobre automóveis, para que um acordo seja possível.
(Reportagem adicional David Ljunggren e David Shepardson)
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