Consumo de adubos no Brasil deve crescer 2,8% e atingir recorde em 2018, diz FCStone
Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - O consumo de fertilizantes no Brasil deve crescer 2,8 por cento em 2018, para um recorde de pouco mais de 35 milhões de toneladas, com a demanda de produtores de soja, em especial, contrabalançando o aumento dos custos com fretes e o impacto dos protestos de caminhoneiros, projetou nesta quarta-feira a INTL FCStone.
A estimativa ocorre um dia após a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) mostrar que as entregas de fertilizantes no acumulado de 2018 até setembro foram mais de 4 por cento superiores na comparação com igual período do ano anterior.
A alta esperada pela INTL FCStone reverte uma previsão de queda de 3,7 por cento feita pela própria consultoria em julho, logo após a entrada em vigor da tabela de preços mínimos para fretes, uma das medidas tomadas pelo governo para acabar com a histórica paralisação de caminhoneiros de maio.
"Tivemos atraso (nas entregas) com a greve dos caminhoneiros, mas depois tivemos uma retomada forte. Nos últimos meses, vimos uma alta forte nas compras (de fertilizantes) justamente por causa do plantio de soja", resumiu o analista Fábio Rezende, da INTL FCStone.
Somente em agosto, as entregas foram de 4,8 milhões de toneladas, um recorde. Em setembro, somaram 4,25 milhões de toneladas.
Maior exportador global, o Brasil deve plantar uma área recorde com a oleaginosa na atual temporada 2018/19, na casa dos 36 milhões de hectares. O impulso à commodity se dá em meio a um forte apetite da China, em disputa comercial com os Estados Unidos, pelo produto brasileiro.
Para Rezende, a tendência é de que nos últimos meses do ano o consumo de fertilizantes no país recue, ficando abaixo do observado no quarto trimestre de 2017, uma vez que as compras voltadas à soja foram muito "adiantadas".
"Será uma entrega recorde, pode até ser maior, mas a tendência é de que o consumo comece a cair agora", concluiu.
(Por José Roberto Gomes)
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