FHC diz que porta para Haddad enferrujou; petista diz que história cobra
SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta quarta-feira que a porta para o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, enferrujou, e o petista rebateu afirmando que a história cobrará esse posicionamento.
"A história nos cobra pelos nossos posicionamentos, nem sempre à vista, às vezes a prazo", disse Haddad a jornalistas após evento com lideranças evangélicas ao ser questionado sobre a declaração de Fernando Henrique.
O petista disse que muitos democratas se manifestaram em favor de sua candidatura, inclusive alguns ex-ministros do tucano.
"Nem todos vão atuar da maneira como eu gostaria, como eu sugeriria para uma pessoa com a formação que ele tem", afirmou Haddad, acrescentando que o PSDB traiu o seu próprio candidato presidencial, Geraldo Alckmin, já no primeiro turno.
Mais cedo, Fernando Henrique, que é presidente de honra do PSDB e governou o país entre 1995 e 2002, disse a jornalista que "a porta está enferrujada e acho que a fechadura enguiçou".
"Acho que a população hoje, cada um, vota à vontade. O peso que os partidos, os líderes possam ter é relativo. Acho que as pessoas estão tomando posição independentemente de apoiar, deixar de apoiar, e é muito difícil tomar uma decisão neste momento diferente de dizer: 'olha, cada um vai fazer o que achar melhor'. Vai coincidir com o que eu penso? Não sei, acho que não", completou.
Em entrevista publicada no último domingo, o tucano disse que havia uma porta para conversar com Haddad no segundo turno da eleição presidencial, enquanto com o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, havia um muro.
Indagado sobre a criação de uma frente democrática a favor de Haddad, ideia que foi defendida pela campanha petista, Fernando Henrique fez a avaliação de que os eleitores não votam mais em frentes. Ressaltou, no entanto, que quem quer que vença a eleição no dia 28 de outubro, será necessária uma coesão nacional.
"Depois que (a porta) emperra fica difícil. Você fica pensando 'meu Deus, por que agora?'", disse o tucano, que é alvo histórico de críticas do PT, que o sucedeu na Presidência com Luiz Inácio Lula da Silva, atualmente preso em Curitiba cumprindo pena por corrupção e lavagem de dinheiro.
"Ganhe quem ganhar --é aquilo que eu disse aqui-- o Brasil vai precisar de coesão. Não dá para governar meio a meio, você precisa ter algo em comum. Aí sim, nós vamos ter que ter portas abertas para poder conversar e avançar juntos", disse o tucano.
(Por Eduardo Simões e Laís Martins; Edição de Alexandre Caverni)
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