"Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria", diz Bolsonaro
(Reuters) - O presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, afirmou neste domingo (21) que fará uma "faxina" e que os "marginais vermelhos" serão "banidos" do país, em referência aos seus adversários.
Em fala transmitida a manifestantes a favor de sua candidatura na avenida Paulista, em São Paulo, e "dedicada a todo o Brasil", Bolsonaro afirmou que seus apoiadores são a maioria e que eles são "o Brasil de verdade".
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"Não tem preço as imagens que vejo agora da Paulista e de todo o meu querido Brasil. Perderam ontem, perderam em 2016 e vão perder a semana que vem de novo. Só que a faxina agora será muito mais ampla. Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão pra fora ou vão para a cadeia. Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria", disse o candidato, em referência aos que apoiam seu adversário, Fernando Haddad (PT).
"Essa pátria é nossa. Não é dessa gangue que tem uma bandeira vermelha e tem a cabeça lavada", afirmou.
A exemplo do ocorrido no primeiro turno, manifestantes a favor de Bolsonaro foram às ruas neste domingo para defender o candidato, um dia após protestos contra o líder nas pesquisas.
Vídeos e imagens publicados em seu perfil do Twitter mostravam multidões em manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Maceió, Salvador, Belém e Brasília, entre outras cidades.
O capitão reformado aproveitou a fala para bater mais uma vez na tecla da corrupção, acusando Haddad de estar próximo de ser preso para fazer companhia ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena desde abril em Curitiba após condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do apartamento tríplex no litoral de São Paulo.
"Aqui não terá mais lugar para a corrupção. E seu Lula da Silva, se você estava esperando o Haddad ser presidente para soltar o decreto de indulto, eu vou te dizer uma coisa: você vai apodrecer na cadeia. E brevemente você terá Lindbergh Farias [senador do PT] para jogar dominó no xadrez. Aguarde, o Haddad vai chegar aí também. Mas não será para visitá-lo, não, será para ficar alguns anos ao teu lado", afirmou.
"Já que vocês se amam tanto, vocês vão apodrecer na cadeia. Porque lugar de bandido que rouba o povo é atrás das grades."
O tom da fala, em clima de vitória, apesar do pedido do candidato para que seus apoiadores não se desmobilizem até a votação no próximo domingo, seguiu com Bolsonaro afirmando que irá cortar as "mordomias" de petistas.
"Petralhada, vai tudo vocês para a ponta da praia. Vocês não terão mais vez em nossa pátria", avisou.
"Vocês não terão mais ONGs para saciar a fome de mortadela de vocês. Será uma limpeza nunca vista na história do Brasil."
O candidato aproveitou para reafirmar que as Forças Armadas e de segurança terão papel importante em seu governo. Mais cedo, em vídeo de entrevista à Band divulgado em seu Twitter, o presidenciável afirmou que poderia utilizar militares para patrulhamento de rotina nas cidades, desde que o Congresso aprove excludentes de ilicitude.
Também voltou a declarar que pretende tipificar como terrorismo as atividades do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
"Vocês verão umas Forças Armadas altivas. Que estará colaborando com o futuro do Brasil. Vocês, petralhada, verão uma Polícia Civil e Militar com retaguarda jurídica para fazer valer a lei no lombo de vocês", ameaçou.
"Bandidos do MST, bandidos do MTST, as ações de vocês serão tipificadas como terrorismo. Vocês não levarão mais o terror ao campo ou às cidades. Ou vocês se enquadram e se submetem às leis ou vão fazer companhia ao cachaceiro lá em Curitiba."
O segundo turno da eleição presidencial entre Bolsonaro e Fernando Haddad (PT) ocorre no próximo dia 28. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, Bolsonaro tem 59% dos votos válidos, enquanto Haddad soma 41%.
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