Tereos deve fechar safra de cana 1 mês antes do usual; vê estabilidade para 2019/20
SÃO PAULO (Reuters) - A Tereos Açúcar & Energia Brasil, um dos maiores grupos sucroenergéticos com atuação no país e controlado pela Tereos, deve encerrar a safra de cana 2018/19 um mês antes do usual, revelou nesta segunda-feira um executivo da companhia, que já prevê o próximo ciclo no centro-sul "bem parecido" com o deste ano em termos de produção.
O término antecipado de moagem no centro-sul, principal polo canavieiro do mundo, é algo compartilhado por dezenas de outras usinas, diante da menor disponibilidade de cana para processamento. Conforme a associação industrial Unica, até 16 de outubro 15 unidades já haviam encerrado a safra e mais 64 devem interromper as operações nesta quinzena.
"Temos uma usina ainda em operação... Devemos terminar os trabalhos no começo de novembro, um mês antes", comentou o diretor da Região Brasil do Grupo Tereos, Jacyr Costa Filho, no intervalo da 18ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo.
Ele não citou dados sobre o desempenho deste ano da companhia, que tem sete usinas no noroeste paulista e moeu cerca de 20 milhões de toneladas de cana no ano anterior, volume próximo da capacidade instalada da empresa.
PRÓXIMO ANO
Costa Filho disse esperar que o setor sucroenergético no centro-sul do país tenha uma safra 2019/20, a partir de abril, semelhante à deste ano, cuja moagem deve ficar em torno de 560 milhões de toneladas, conforme estimativas de consultorias.
"Haverá recuperação do canavial com essas chuvas propícias. O envelhecimento das plantações será compensado por essas chuvas", destacou, referindo-se ao início de primavera com precipitações acima da média em diversas áreas canavieiras.
Por ora, contudo, é difícil saber como se comportará o mix de produção no próximo ciclo, afirmou, dada a recuperação dos preços do açúcar na Bolsa de Nova York e, ao mesmo tempo, a perspectiva favorável para o consumo de combustíveis no país, o que inclui o etanol.
Além disso, "a demanda global por açúcar vai continuar crescendo, mas vai depender se a gente conseguir evitar as medidas protecionistas que são aplicadas na Índia e no Paquistão", acrescentou.
Em relação à vitória de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República, Costa Filho afirmou que o eleito "já sinalizou que apoia o agronegócio e, principalmente, o setor de biocombustíveis".
(Por José Roberto Gomes e Marcelo Teixeira)
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