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Ibovespa mostra indefinição após superar 88 mil pontos com balanços e novo governo em foco

31/10/2018 12h37

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista não mostrava uma tendência clara nesta quarta-feira, com agentes financeiros repercutindo uma série de resultados corporativos, enquanto monitoram o noticiário relacionado aos próximos passos do governo eleito do país, particularmente na área econômica.

A forte queda nas ações dos bancos, liderada pelo recuo de mais de 4 por cento dos papéis Santander Brasil após resultado do terceiro trimestre, era contrabalançada pelo avanço de mais de 4 por cento nos papéis da Vale, alinhada a outras mineradoras no exterior.

Às 12:27, o Ibovespa subia 0,17 por cento, a 87.031,07 pontos. Na máxima, mais cedo, o Ibovespa subiu 1,3 por cento, a 88.028,20 pontos. Na mínima, caiu 0,27 por cento, a 86.647,79 pontos. O volume financeiro somava 7 bilhões de reais.

Apesar da volatilidade neste pregão, o Ibovespa caminhava para fechar o mês com valorização de cerca de 10 por cento.

Para Chris Gaffney, diretor de mercados globais no norte-americano TIAA Bank, prever o que acontecerá sob o novo governo liderado por Jair Bolsonaro é um "jogo de tolos". Mas ele avalia que o anúncio de que o respeitado economista Paulo Guedes comandará um novo superministério de Economia foi um bom primeiro passo.

Ele avalia que investidores provavelmente devem voltar a investir no Brasil, caso Bolsonaro não preencha o restante de seu gabinete com generais militares. "Se o novo governo tiver sucesso na implementação de algumas de suas reformas fiscais planejadas, os investimentos brasileiros podem render generosamente."

Nos Estados Unidos, os pregões eram ajudados também por resultados corporativos, com destaque para o balanço do Facebook.

DESTAQUES

- VALE subia 3,9 por cento, alinhada ao movimento de forte valorização de papéis de mineradoras no exterior. O UBS elevou a recomendação para os papéis da companhia negociados nos Estados Unidos, os ADRs, para 'neutra', com o preço-alvo passando de 8,50 para 15 dólares. Até a véspera, os papéis da mineradora acumulavam queda de quase 10 por cento no mês.

- SANTANDER BRASIL UNIT caía 4,85 por cento, liderando as perdas entre os bancos do Ibovespa, com balanço do terceiro trimestre no radar. Analistas do BTG Pactual disseram que os números foram sólidos, mas que as expectativas agora são elevas dado o histórico de resultados, com o período de julho a setembro mostrando alguma piora na qualidade. Até a véspera, as units do banco subiam 25 por cento em outubro.

- CIELO subia 3,64 por cento, quarta alta seguida, apesar de resultado fraco no terceiro trimestre. Para o analista André Martins, da XP, a estabilização de algumas métricas indicam que a empresa pode estar começando a ver o reflexo de suas iniciativas em marketing, novos produtos e posicionamento. Há também expectativa sobre o novo presidente.

- RD cedia 2,95 por cento, após divulgar queda no lucro líquido no terceiro trimestre para 128,8 milhões de reais, com desaceleração do crescimento das vendas mesmas lojas e aumento de despesas. O Ebitda ajustado ficou praticamente estável, a 295,25 milhões de reais e a margem Ebitda recuou. No mês até véspera, os papéis recuavam 10 por cento.

- ECORODOVIAS recuava 2,8 por cento, uma vez que o balanço da administradora de concessões de infraestrutura mostrou recuo dos principais indicadores do terceiro trimestre, refletindo a isenção da cobrança de pedágio do eixo suspenso de caminhões definida pelo governo federal.

- SMILES perdia 1,67 por cento, após divulgar lucro líquido de 212,1 milhões de reais no terceiro trimestre deste ano, queda de 37,5 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. Desconsiderando efeitos extraordinários, o lucro líquido foi de 153,5 milhões de reais no período de julho a setembro, alta de 4,8 por cento na comparação anual.

- PETROBRAS PN caía 1,14 por cento, com a fraqueza do petróleo endossando ajustes. Ficou para esta quarta-feira a possível votação do regime de urgência do projeto de lei que trata do contrato da cessão onerosa do pré-sal. Tal aprovação apenas leva o projeto diretamente ao plenário, não garantindo a votação do texto, sem prazo para ocorrer.

(Por Paula Arend Laier)