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Santander Brasil despenca 5% após balanço do 3º tri com sinais de fraqueza

Carolina Mandl

De São Paulo

31/10/2018 07h29

Por Carolina Mandl

SÃO PAULO (Reuters) - As units do Santander Brasil recuaram cerca de 5 por cento nesta quarta-feria, depois que analistas consideraram que o resultado do banco no terceiro trimestre mostrou alguns sinais de fraqueza apesar de um lucro maior do que o esperado para o período.

A receita com tarifas e a margem financeira bruta, a diferença entre o que o banco paga pelo dinheiro e o que cobra nos empréstimos cedidos a clientes, caíram no trimestre, o que gerou dúvidas sobre a tendência de desempenho para os próximos trimestres.

O banco teve lucro líquido recorrente de 3,108 bilhões de reais de julho a setembro, 2,85 por cento superior à estimativa média de analistas compilada pela Refinitiv e 20,2 por cento acima do resultado positivo registrado no mesmo período do ano passado.

Analistas do BTG Pactual afirmaram em nota a clientes que o Santander Brasil "está perdendo força depois de 19 trimestres sequenciais de crescimento no lucro por ação".

O vice-presidente financeiro do banco, Angel Santodomingo, acrescentou lenha na discussão, afirmando nesta quarta-feira que a competição vai pressionar as margens do banco nos próximos trimestres.

Santodomingo afirmou que um impacto importante sofrido pelo banco no terceiro trimestre foi a mudança no cenário regulatório do setor de cartões de crédito, que limitaram o uso do rotativo a um máximo de 30 dias.

A margem financeira bruta caiu 0,5 ponto percentual no período de julho a setembro, para 9,7 por cento.

A receita com tarifas também caiu, mas Santodomingo repetiu que a queda deveu-se a outro impacto regulatório.

O presidente-executivo do Santander Brasil, Sergio Rial, afirmou durante teleconferência com jornalistas que o banco está buscando um retorno maior sobre o patrimônio e crescimento sem depender de aquisições.

Rial disse que o banco vai abrir 300 agências e postos de atendimento nos próximos dois anos no país, especialmente fora das grandes cidades.

A carteira de crédito ampliada do banco atingiu 380,7 bilhões de reais, impulsionada por empréstimos para pessoas físicas e pequenas empresas, com alta de 3,4 por cento na comparação com o trimestre anterior e de 13,1 por cento ante o terceiro trimestre de 2017.

O índice de inadimplência de 90 dias foi de 2,9 por cento no terceiro trimestre, ligeiramente acima dos três meses anteriores.

Rial afirmou que aos jornalistas que não espera uma grande mudança na unidade brasileira do espanhol Santander depois que o novo presidente-executivo da matriz, Andrea Orcel, assumir o comando do grupo financeiro em janeiro.

Desde que Orcel, um ex-chefe da unidade de banco de investimento do UBS, foi indicado para a presidência-executiva do Santander, analistas têm especulado se o grupo poderia mudar sua estratégia global ao buscar aquisições ou crescimento na área de banco de investimento.

"No Brasil, o Santander é um banco de varejo", disse Rial. "Mas há espaço para melhorias na unidade de banco de investimento", acrescentou.