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Onyx cobra "fim de terceiro turno" e diz que suposto caso de caixa dois é "requentado"

14/11/2018 10h43

BRASÍLIA (Reuters) - O futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, cobrou nesta quarta-feira o fim do que classificou de "terceiro turno" das eleições para que o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro possa se instalar com tranquilidade em respeito à decisão das urnas, e afirmou que um suposto caso de caixa dois que o envolveria é "requentado".

"Quem sabe vamos parar com o terceiro turno e vamos dar condições a que o governo se instale com tranquilidade em respeito à decisão das urnas", questionou o futuro ministro, em tom duro, em pronunciamento na chegada ao escritório da equipe de transição em Brasília.

A fala de Onyx foi uma resposta à reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada nesta quarta-feira que afirma que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investiga uma planilha entregue por delatores da JBS que sugere pagamento via caixa dois de uma segunda doação eleitoral a Onyx, não admitida até o momento por ele.

De acordo com a Folha, Onyx recebeu da empresa de proteína animal 100 mil reais em espécie no ano de 2012 em meio às eleições municipais daquele ano. Naquela eleição Onyx não concorreu a nenhum cargo, mas era presidente do DEM no Rio Grande do Sul, disse o jornal.

No ano passado, Onyx admitiu ter recebido 100 mil reais para a campanha de 2014, em que foi eleito para a Câmara dos Deputados, em doação não declarada à Justiça Eleitoral.

No pronunciamento feito nesta manhã, o futuro ministro atacou a Folha ao dizer que o jornal "requenta" uma informação do ano passado de um repasse feito por uma pessoa que não sabe quem é. Onyx disse nada temer e que não é a primeira vez que tentam envolvê-lo em corrupção. Ele insinuou que a Folha teria como preferência o PT, que perdeu a eleição.

"Faz um ano que muitos tentam destruir Jair Messias Bolsonaro, seus filhos, seus colaboradores, quem está próximo dele. Qual foi a resposta da sociedade brasileira? Uma vitória esmagadora", disse.

"Eu não temo. Tenho a verdade comigo. Quando a verdade foi dura contra mim, ela foi usada contra mim. A verdade para mim é um valor do qual eu não me afasto. Tenho 24 anos de vida pública sem um processo. Portanto, eu nada temo".

O futuro ministro disse ter pedido a todos que dessem uma trégua para que fosse possível organizar o governo, mas reclamou. "Depois nos cobrem pelos erros e pelos acertos, que todos os governos e todas as pessoas cometem. Agora, ficar tentando fragilizar, não vão nos fragilizar".

(Por Ricardo Brito)