Auditoria da Renault até o momento não encontrou irregularidades em pagamentos a Ghosn
Por Laurence Frost e Gilles Guillaume
PARIS (Reuters) - A Renault informou nesta quinta-feira que uma auditoria lançada após a prisão do presidente do conselho e presidente-executivo, Carlos Ghosn, no Japão até o momento não encontrou irregularidades com sua remuneração na montadora francesa.
O comunicado da Renault, divulgado depois de uma reunião de diretoria de cinco horas, pouco ajudou para resolver o impasse com a parceira japonesa Nissan, que acusou Ghosn de má conduta financeira ao descartá-lo como presidente do conselho no mês passado.
O conselho da Renault também pediu que os advogados da empresa continuem examinando um dossiê de denúncias entregues pela Nissan esta semana, afirmou a empresa em comunicado.
Mas a "conclusão preliminar" de sua própria investigação interna foi que a remuneração de Ghosn na Renault estava "em conformidade com a lei aplicável" e com diretrizes de governança, disse a montadora francesa. A empresa não fez comentários sobre as alegações da Nissan.
A crise na diretoria abalou a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, com o presidente-executivo da Nissan, Hiroto Saikawa, pedindo mudanças para diminuir o controle dos franceses.
Ghosn foi acusado na segunda-feira no Japão de apresentar declarações incompletas de renda durante cinco anos, até março de 2015. Enquanto a Nissan demitiu o executivo dias após sua prisão em 19 de novembro, a Renault resistiu à pressão para substituí-lo permanentemente.
A Renault detém 43,4 por cento da Nissan, cuja participação recíproca de 15 por cento em sua controladora francesa não tem direito a voto. A Nissan, por sua vez, controla a Mitsubishi através de uma participação de 34 por cento.
A Nissan informou que sua investigação interna também revelou o uso pessoal de fundos da empresa e outras condutas impróprias de Ghosn, assunto do relatório de 400 páginas compartilhado com advogados da Renault nesta semana.
Ghosn e um possível cúmplice, o diretor da Nissan, Greg Kelly, permanecem sob custódia e tiveram poucas oportunidades de responder às alegações ou se defender, particularmente em público.
(Por Laurence Frost e Gilles Guillaume)
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