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Ibovespa sobe apoiado em Vale, mas Petrobras pesa com recuo do petróleo

13/12/2018 11h37

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa buscava se sustentar no azul pelo terceiro pregão seguido nesta quinta-feira, em meio à falta de um viés único no exterior, com as ações da Vale referendando os ganhos, enquanto os papéis da Petrobras pesavam do lado negativo, com a queda do petróleo.

Às 11:22, o Ibovespa subia 0,39 por cento, a 87.313,3 pontos. O volume financeiro somava 1,44 bilhão de reais.

Estrategistas citaram em relatórios a clientes mais cedo que o tom no exterior é relativamente positivo, com indícios de que EUA e China estão avançando em esforços para superar diferenças nas relações comerciais, além do voto de confiança que a premiê britânica Theresa May obteve de seu partido Conservador.

As altas recentes nos pregões europeus na véspera, contudo, abriram espaço para alguma realização de lucros na Europa, conforme notou o estrategista para pessoa física da Santander Corretora Ricardo Peretti. E os futuros acionários em Nova York também sinalizavam uma abertura com pequenas variações em Wall St.

"Os relatos de que a China está cumprindo as promessas feitas a (Donald) Trump no G20 estão ajudando os mercados a se tornarem lentamente menos pessimistas sobre as relações sino-americanas", disse o analista Jasper Lawler, do London Capital Group, o que eleva a aposta de acordo no prazo de 90 dias.

Ele ressalta, porém, que os investidores continuam cautelosos, uma vez que já viram progresso apenas para que as relações passassem repentinamente para pior.

Do cenário doméstico, Peretti destacou em nota a clientes manutenção da taxa Selic em 6,50 por cento ao ano na véspera, pela sexta vez consecutiva, embora já esperada, acrescentando que a expectativa no mercado é de que a taxa básica de juros continue em níveis baixos até o fim de 2019.

Na bolsa paulista, tal perspectiva tende a beneficiar setores como o de consumo, imobiliário e outros sensíveis ao movimento dos juros.

DESTAQUES

- VALE subia 1,35 por cento, alinhada ao avanço de mineradoras concorrentes na Europa, como Anglo American, BHP, Glencore e Rio Tindo. Ações de siderúrgicas também avançavam, com USIMINAS PNA à frente, em alta de 1,92 por cento.

- JBS valorizava-se 2,26 por cento, no segundo pregão de alta, após queda de 7,5 por cento nas três sessões anteriores. Analistas seguem com visão positiva para os papéis, que em 2018 acumulam alta de mais de 20 por cento. No setor, BRF subia 1,94 por cento.

- SUZANO avançava 2,51 por cento, também reagindo pelo segundo dia, após quatro pregões no vermelho, tendo acumulado no período declínio de quase 10 por cento.

- BRADESCO PN tinha elevação de 0,63 por cento, corroborando o tom mais positivo, em sessão sem tendência única entre os papéis de bancos, com ITAÚ UNIBANCO PN cedendo 0,11 por cento. BANCO DO BRASIL e SANTANDER BRASIL UNIT trabalhavam no azul.

- GOL PN perdia 2,25 por cento, após subir 13,6 por cento nos dois pregões anteriores, particularmente na terça-feira, após pedido de recuperação judicial pela rival Avianca Brasil. SMILES, empresa de programas de fidelidade controlada pela Gol, cedia 2,21 por cento.

- PETROBRAS PN caía 0,82 por cento, conforme os preços do petróleo também tinham uma sessão negativa no exterior, pressionados por estoques globais elevados da commodity e declínio menor que o esperado nas reservas norte-americanas do produto.

- VIA VAREJO recuava 1,46 por cento, tendo como pano de fundo vendas no varejo brasileiro em outubro abaixo das expectativas pelo segundo mês consecutivo, embora o viés de baixa não contaminasse todo o setor na bolsa, com LOJAS RENNER e MAGAZINE LUIZA no azul.