Bradesco descarta tirar Cielo da Bolsa
Por Aluisio Alves e Carolina Mandl
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente-executivo do Bradesco, Octávio de Lazari, descartou planos de fechar o capital da Cielo, empresa que controla em sociedade com o Banco do Brasil.
"Não vamos fechar o capital da Cielo", disse o executivo nesta sexta-feira em encontro anual com jornalistas.
Maior empresa de meios de pagamentos eletrônicos do país, com quase metade de participação do mercado, a Cielo tem sofrido os efeitos da rápida multiplicação de concorrentes no setor, o que tem assustado investidores. Só neste ano, a ação da companhia já caiu quase 60 por cento na bolsa paulista.
Uma das respostas da Cielo ao aumento da concorrência foi começar neste ano a vender terminais de pagamentos com as bandeiras de BB e Bradesco nas agências dos próprios bancos. No Bradesco, já foram vendidos 370 mil desses equipamentos, disse De Lazari.
Segundo executivos do Bradesco, a atual precificação da Cielo no mercado não reflete corretamente o poder da companhia de gerar valor aos acionistas. Ainda assim, o banco considera que é melhor a Cielo seguir como empresa listada, em parte porque o capital que o banco dispenderia numa recompra pode ser usado de melhores maneiras para gerar retorno aos acionistas.
Uma delas é ampliar as operações de crédito, num momento em que a economia brasileira ganha tração. A expectativa do Bradesco é que o estoque de empréstimos do setor financeiro no país, tanto para empresas quanto para pessoas, evolua ao redor de 10 por cento em 2019.
"Essa recuperação da economia pode nos ajudar a sustentar nossos níveis de rentabilidade", disse De Lazari. No terceiro trimestre, o banco teve retorno anualizado sobre o patrimônio líquido de 19 por cento.
De Lazari disse que o banco está bem posicionado para competir nas diversas áreas de atuação do setor financeiro, mesmo com as plataformas de serviços financeiros, fintechs, que têm se popularizado ofertando serviços gratuitos.
Executivos do banco disseram que o Next, braço digital de contas do Bradesco, deve fechar 2018 com cerca de 500 mil clientes, enquanto o Digio, fintech de cartões de crédito que concorre com o Nubank, deve chegar a 1 milhão de contas no começo de 2019.
De Lazari afirmou ainda não esperar que o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro promova a privatização do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal brevemente, mas que os bancos privados passem a ter uma atuação mais forte no crédito do que seus rivais de controle do governo federal.
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