Funcionário da Petrobras diz que rebaterá impedimentos para assumir vaga no conselho
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras entendeu que o funcionário Danilo Silva não preenche os requisitos necessários para ocupar vaga no Conselho de Administração da empresa e deu cinco dias úteis para que ele apresente sua resposta, afirmou Silva à Reuters nesta segunda-feira.
Segundo Silva, a Petrobras argumentou que o empregado fez parte do Conselho de Administração da empresa de tecnolgi Totvs, entre abril de 2015 e abril de 2017, quando três contratos foram assinados entre ambas as companhias.
"Eu nunca deliberei sobre nenhum contrato envolvendo Petrobras e Totvs, então não faz nenhum sentido essa alegação. Eles pegaram uma formalidade para poder inviabilizar", disse Silva, à Reuters.
Silva foi o segundo colocado em uma eleição no início do ano que escolheu o representante dos empregados para o conselho, e poderia assumir a cadeira no colegiado com a renúncia em 19 de outubro do ganhador do pleito, Christian Queipo, segundo o estatuto da empresa.
Para assumir a posição, no entanto, o empregado precisa passar por uma série de testes de integridade, como parte dos aprimoramentos de governança corporativa criados na empresa após as descobertas de esquemas bilionários de corrupção envolvendo ex-executivos.
Silva afirmou que irá rebater os argumentos apresentados pela área de Recursos Humanos da empresa dentro do prazo e que espera conseguir reverter a decisão pelas vias administrativas, mas não descarta entrar na Justiça.
"A gente espera resolver isso administrativamente. Se não for possível, nós conhecemos o caminho da luta e conhecemos o caminho da Justiça também. Infelizmente, se a alta administração da Petrobras quer pagar para ver, nós vamos entregar para ela a resposta a altura do que ela vem fazendo com a gente", disse Silva, de 36 anos, em um vídeo publicado na internet.
O funcionário questionou ainda a demora para a Petrobras informar a decisão sobre o caso, uma vez que a renúncia de Queipo ocorreu há dois meses.
"A Petrobras poderia ter me avisado há muito tempo, já que já passam mais de 60 dias sem nenhuma notícia, o RH só agora me chamou para essa conversa", afirmou.
A ausência de um representante dos trabalhadores já prejudicou um negócio aprovado pelo conselho da Petrobras e pode colocar em risco outras deliberações do colegiado, indicou Silva, técnico de manutenção da Refinaria de Paulínia (Replan-SP), em entrevista à Reuters na semana passada.
Alegando a falta de um representante dos funcionários no conselho, o Sindicato dos Petroleiros no Rio Grande do Norte (Sindipetro-RN) entrou com uma ação e obteve na Justiça do Trabalho a suspensão da decisão do conselho que autorizou a venda de 34 campos terrestres no Rio Grande do Norte, na semana passada.
Segundo Silva disse na semana passada, o sindicato não descarta outras ações judiciais.
Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
(Por Marta Nogueira)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.