Flávio Bolsonaro sugere que caso de ex-assessor pode ser para atingir presidente eleito
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) sugeriu nesta terça-feira que o vazamento de informações sobre movimentações financeiras suspeitas de um ex-assessor parlamentar dele seria uma tentativa de atingir e desestabilizar o futuro governo de seu pai, o presidente eleito Jair Bolsonaro.
"Muitas coisas estão mal explicadas nesse processo todo. Por que só o sigilo bancário dele veio a público? Como é que pode? Quebraram o sigilo do cara e veio a público só o dele? Tem um monte de gente lá nessa situação também, similar. Será que é só para me atingir? Será que é só para atingir o presidente eleito, para causar uma desestabilização já no início do mandato dele?", disse Flávio Bolsonaro a jornalistas após cerimônia de diplomação dos parlamentares eleitos pelo Rio de Janeiro.
Flávio Bolsonaro disse que conversou recentemente com o ex-assessor Fabrício Queiroz, que movimentou de forma suspeita 1,2 milhão de reais entre 2016 e 2017, de acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O ex-assessor, que deve prestar depoimento ao Ministério Público ainda nesta semana sobre a origem do dinheiro, informou a Flávio Bolsonaro que movimentou recursos de família no período apontado pelo Coaf, de acordo com o parlamentar.
Flávio Bolsonaro disse que “não tem a senha" do ex-assessor para controlar a movimentação pessoal de recursos dele, e que está “apanhando há dias“ sem motivo.
Questionado se o vazamento do relatório do Coaf e o interesse no caso do ex-assessor teriam como objetivo atingir e desestabilizar o pai e o futuro governo, o deputado afirmou: "Não tenho a menor dúvida".
"Se alguém ainda tem dúvida disso, não está sabendo ler nas entrelinhas", acrescentou.
Nas movimentações de Fabrício Queiroz constam depósitos à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente eleito justificou os depósitos afirmando que eram pagamentos de um empréstimo que havia feito a Queiroz. Bolsonaro já disse que se tiver errado por não ter registrado a operação na declaração do Imposto de Renda irá reparar o erro.
(Por Rodrigo Viga Gaier)
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