Fed deve elevar taxa de juros e pode sinalizar menos aumentos à frente
Por Ann Saphir e Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve deve elevar a taxa de juros nesta quarta-feira, mas pode reduzir o número de altas que prevê para o próximo ano e sinalizar um fim mais cedo para seu aperto monetário diante da volatilidade no mercado financeiro e do aumento nos temores de recessão.
O banco central norte-americano vai anunciar sua decisão às 17h (horário de Brasília) após dois dias de reuniões. O chairman Jerome Powell dará entrevista à imprensa meia hora depois.
A expectativa dos investidores é de que o Fed aumente os custos de empréstimos em 0,25 ponto percentual, para a faixa entre 2,25 e 2,50 por cento. Será a quarta elevação do ano e a nona desde que o Fed iniciou o ciclo de aperto monetário em dezembro de 2015.
Uma alta nesta quarta-feira pode provocar a ira da Casa Branca. O presidente Donald Trump tem atacado repetidamente o Fed por elevar os juros este ano, afirmando que está prejudicando os seus esforços para impulsionar a economia.
O aperto pelo Fed tem o objetivo de reduzir o estímulo monetário para uma economia dos EUA que está agora crescendo muito mais rápido do que as autoridades do banco central acreditam que seja sustentável.
Com o preço do petróleo caindo, o crescimento econômico na Europa e na China diminuindo e o estímulo fiscal do pacote de cortes tributários da administração Trump perdendo força, as autoridades do Fed parecem prontas para retroceder de sua visão anterior de que a economia pode enfrentar mais três altas de juros no próximo ano.
Novas projeções econômicas a serem divulgadas junto com o comunicado podem sugerir que duas altas são mais prováveis, dizem economistas. Operadores de juros futuros não acreditam que o Fed fará nem mesmo um aumento.
"Estamos em um ponto de inflexão", disse Carl Tannenbaum, economista-chefe da Northern Trust. "Estamos mais provavelmente vendo desaceleração do crescimento e não sabemos quanto de crescimento e que tipo de crescimento sobrará após o estímulo fiscal passar. E é por isso que eles não sabem se precisam de zero, uma ou mais altas de juros."
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