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Renan nega irregularidade em gravação e reafirma que não postula presidência do Senado

31/01/2019 19h40

BRASÍLIA (Reuters) - O senador Renan Calheiros (MDB-AL) negou nesta quinta-feira irregularidades em áudios entre ele e executivos do grupo J&F, controladora da JBS divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo e reafirmou que não cogita e nem postula uma candidatura à presidência do Senado, cuja eleição ocorre na sexta-feira.

Renan voltou a dizer que a decisão sobre o candidato ao comando da Casa indicado pelo MDB será tomada pela maioria da bancada do partido. Os senadores do MDB se reuniam nesta quinta-feira para essa definição.

Embora publicamente afirme não cogitar a candidatura, Renan disputa internamente a indicação com a senadora Simone Tebet (MS).

"Não há nenhuma gravação minha em nenhum lugar que me incrimine. As pessoas tensionam porque não me conhecem. Eu nunca cometi malfeito, sempre tive uma participação na formatação do país do ponto de vista institucional", disse o senador a jornalistas em Brasília.

"Por isso não me coloco como candidato, quem vai decidir é a maioria da bancada. Por isso, não postulo, não cogito", acrescentou.

Nos áudios divulgados pelo jornal e feitos em 2014, quando Renan presidia o Senado, o parlamentar aparece numa conversa telefônica com o executivo Ricardo Saud em que marca uma conversa em Brasília para discutir indicações no Ministério da Agricultura.

Em outro áudio, o senador alagoano conversa com Saud e com Joesley Batista, um dos donos da JBS, e comemora com eles a vitória de Dilma Rousseff na eleição presidencial de 2014.

Joesley e Saud firmaram acordo de delação premiada em 2017 e entregaram às autoridades gravações de conversas que tiveram com autoridades, entre elas o então presidente Michel Temer e o senador e deputado federal eleito Aécio Neves (PSDB-MG).

De acordo com a Folha, os áudios publicados pelo jornal são de interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal.

(Reportagem de Ricardo Brito)