PT, PSB, PSOL e Rede desfazem bloco como estratégia de atuação no Congresso
Por Maria Carolina Marcello e Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - PT, PSB, PSOL e Rede desfizeram o bloco que haviam formado para a eleição da Mesa da Câmara dos Deputados, mas o movimento, garantem líderes do grupo, é parte de uma estratégia de atuação em plenário e de fortalecimento das siglas da oposição.
Parte do combinado entre as siglas quando se juntaram, a separação agora permitirá que cada um dos partidos tenha seu líder, seu posicionamento e todas as atribuições destinadas a uma bancada. Não terá influência, no entanto, na distribuição das cadeiras nas comissões.
"Na verdade formamos o bloco com o objetivo principal de construir uma formação para ocupação de espaços na Casa", disse o líder do PSB, Tadeu Alencar (PE).
"Mas cada partido precisa ganhar seu rosto, sua identidade, sua liderança. Isso sem prejuízo da aproximação que nós levamos onde estamos localizados nesse espectro da política brasileira, que é a oposição ao governo Bolsonaro", afirmou o deputado, que alimenta expectativas de atuar na oposição ao lado do PDT e do PCdoB, que compõem outro bloco com outras legendas que não se opõem ao governo de Jair Bolsonaro.
Alencar explica que a manutenção do bloco não daria lugar, por exemplo, a divergências entre os partidos em determinados assuntos, e a expressão do grupo ficaria restrita ao líder do grupo.
De acordo com o líder do PT, Paulo Pimenta (RS), o bloco será levado em conta na definição do espaço nas comissões, segundo previsão regimental. Pimenta acrescentou que, como estratégia em plenário, é melhor ter mais de um líder no campo da oposição.
"Continuaremos atuando como bloco", afirmou o petista.
Ainda de acordo com o acerto entre os partidos quando firmaram o grupo, o PSB deve ficar com a indicação de um nome para a liderança da minoria neste ano, apesar de ser o PT a maior bancada da oposição.
Dentre os nomes mais prováveis para esse posto, segundo uma fonte que acompanha as discussões, está o deputado Gervásio Maia (PSB-PB), ligado ao ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho, atualmente presidente da Fundação João Mangabeira, instituição vinculada ao partido. Mas o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) também tem interesse no posto.
Deputados do PSB devem se reunir na terça-feira para definir o líder da bancada e a indicação de um nome para a minoria.
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