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Economia de R$ 1 tri em 10 anos é cláusula pétrea da reforma da Previdência, diz Onyx

27/02/2019 14h15

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta quarta-feira que a cláusula pétrea da reforma da Previdência proposta pelo governo do presidente Jair Bolsonaro é uma economia de, no mínimo, 1 trilhão de reais em dez anos.

Em evento em São Paulo, Onyx disse que essa economia dá condições de equilíbrio fiscal ao país e permitirá ao governo dar um "pacote de bondades" para Estados e municípios.

A proposta da reforma, apresentada na semana passada pelo governo, prevê uma economia de 1,072 trilhão de reais em dez anos, o que dá uma margem estreita de negociação, segundo a afirmação de Onyx.

"O que é inegociável é a gente conseguir chegar no 1 trilhão de economia em 10 anos. Isso é inegociável. Como esta formula vai ser trabalhada, isso é um espaço para que se possa conversar", disse o ministro.

"A cláusula pétrea é ter a economia de 1 trilhão, no mínimo, porque isso nos dá a condição do equilíbrio fiscal."

Ao citar o ministro da Economia, Paulo Guedes, Onyx disse que a aprovação da reforma da Previdência permitirá que o governo atenda Estados e municípios, atualmente em situação fiscal também frágil, assim como levará o Brasil a um ciclo de prosperidade econômica.

"O professor Paulo Guedes, que é hoje uma das grandes colunas desse nosso governo, ele diz sempre: 'Onyx, a gente passa a nova Previdência, depois tem um pacote de bondades espetacular para os governadores, para os prefeitos. Vai vir um excelente tempo para ser governador no Brasil'", comentou.

"No momento em que o Brasil se equilibrar fiscalmente, com a aprovação da nova Previdência, o sinal que vamos passar para fora do Brasil é que o Brasil é um país equilibrado fiscalmente, respeita contratos, tem capital humano de qualidade", disse.

"Vai faltar brasileiro para trabalhar, vai sobrar emprego no Brasil", previu Onyx, que apontou que a aprovação da reforma elevará o país a um "novo patamar".

PINOCHET, REAGAN E VENEZUELA

Um dia depois de Bolsonaro elogiar o ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner em evento na usina de Itaipu, Onyx elogiou outro líder totalitário sul-americano, o ex-ditador chileno Augusto Pinochet, embora tenha reconhecido que seu regime derramou sangue para fazer mudanças econômicas no país.

Para Onyx, embora a esquerda critique Pinochet, governos esquerdistas que administraram o Chile após o regime do ditador não mudaram seu legado na área macroeconômica. O ministro disse ainda que Bolsonaro fará mudanças similares às realizadas por Pinochet, mas sem derramamento de sangue.

"Nós estamos caminhando para fazer no Brasil o que, lamentavelmente, na história chilena foi feito com um banho de sangue. O único sangue derramado foi do capitão Bolsonaro", disse Onyx, referindo-se a facada sofrida pelo atual presidente, que é capitão do Exército na reserva, durante a campanha eleitoral do ano passado.

O ministro também elogiou o ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan, apontando o republicano como responsável por salvar os EUA. Ele também fez críticas à esquerda ao citar a atual crise vivida pela Venezuela, apontando governos do PT no Brasil como artífices de "um projeto de poder que financiou mais as ditaduras sanguinárias".

"Está ai, o risco de a Venezuela virar uma Síria é um fato. Deus nos livre, tomara que isso não aconteça. Agora, esse caldeirão foi montado porque havia o projeto de fazer a 'pátria grande'", disse.