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Dólar fecha em leve queda, com Previdência e captações externas no radar

13/03/2019 17h34

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar teve leve baixa nesta quarta-feira, engatando a quarta queda seguida, com investidores acompanhando notícias sobre o andamento da reforma da Previdência, a expectativa de entrada de capital e risco de menor diferencial de juros a favor do país.

A fraqueza da moeda norte-americana no exterior também influenciou as operações locais.

O dólar à vista fechou em queda de 0,08 por cento, a 3,8133 reais na venda.

Na B3, o contrato mais líquido de dólar futuro tinha ligeira alta de 0,04 por cento, a 3,8180 reais.

A moeda reverteu a alta registrada durante a manhã. O dólar subiu mais cedo puxado pela leitura de que o diferencial de juros a favor do Brasil pode continuar diminuindo, o que piora a relação risco/retorno de se investir na moeda brasileira.

"O 'carry trade' [retornos com arbitragem] sente diretamente o impacto de qualquer aposta fortalecida de juros mais baixos, especialmente quando nos EUA o cenário não inclui corte de taxa", disse o profissional de uma gestora em São Paulo.

A discussão sobre as chances de juros ainda mais baixos no Brasil ganhou força nesta quarta-feira após o IBGE informar que a produção industrial brasileira sofreu em janeiro a maior queda em quatro meses. O número ajudou a baixar as taxas de DI na B3.

Após a definição da taxa Ptax, a demanda por dólares diminuiu, ao mesmo tempo que o ambiente internacional se manteve benigno para ativos de risco. A combinação desses dois fatores permitiu que operadores colocassem no preço a perspectiva de ingressos de recursos ao país a partir de captações externas.

No primeiro bimestre, as empresas brasileiras captaram 9,05 bilhões de dólares no mercado internacional, valor 18 por cento maior do que no mesmo período do ano passado.

Na conta financeira do fluxo cambial, o saldo neste ano é positivo em 4,01 bilhões de dólares, segundo o Banco Central.

O BC vendeu todo o lote de 14.500 contratos de swap cambial tradicional, correspondentes à venda futura de dólares. A operação visa postergar o vencimento de papéis que inicialmente expirariam em 1º de abril.

Em seis operações realizadas, o BC já rolou o equivalente a 4,350 bilhões de dólares. O estoque a vencer em abril soma 12,321 bilhões de dólares. O montante total de swaps vendidos pelo BC e de posse do mercado é de 68,863 bilhões.

Em cerimônia em Brasília, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o câmbio flutuante tem sido a primeira linha de defesa para a economia, mas ponderou que isso não impede intervenções para que se evitem "disfuncionalidades" no mercado.

(Por José de Castro)