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Vale aciona protocolo mais crítico para barragem em MG

23/03/2019 10h56

SÃO PAULO (Reuters) - A mineradora Vale informou no final da noite de sexta-feira que foi acionado o protocolo para início do nível 3 do plano emergência para a Barragem Sul Superior, da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG).

O nível 3, que indica risco iminente de rompimento, foi uma medida preventiva necessária, segundo a Vale, "tendo em vista o fato de o auditor independente ter informado a condição crítica de estabilidade da barragem".

A população da área da barragem já havia sido retirada do local no dia 8 e fevereiro. Quase 500 pessoas deixaram suas residências naquela data após não ter sido atestada a estabilidade da barragem.

"Com o nível 3, foi acionada a sirene de alerta que cobre a Zona de Autossalvamento (ZAS), como reforço de medida preventiva...", disse a Vale em nota.

Procurado neste sábado, o Corpo de Bombeiros não relatou nada novo em relação à barragem.

A Vale reiterou que continua adotando uma série de medidas preventivas para aumentar a condição de segurança de suas barragens, como parte das ações realizadas após o rompimento de estrutura que armazenava rejeitos de minério de ferro em Brumadinho (MG), um desastre que deixou centenas de mortos.

Anteriormente, a Justiça aceitou pedido do Ministério Público de Minas Gerais e decidiu bloquear 50 milhões de reais da Vale em caráter liminar para garantia de eventual ressarcimento de prejuízos decorrentes de evacuação ocorrida em Barão de Cocais.

A Vale lembrou em nota que a Barragem Sul Superior é uma das dez barragens a montante inativas remanescentes da companhia e faz parte do plano de descaracterização anunciado pela empresa.

Para realizar tal plano, a Vale paralisou atividades em algumas minas em Minas Gerais. A produção da companhia no Estado também sofre com decisões judiciais.

Mais de 60 milhões de toneladas em capacidade de produção de minério de ferro estão paradas, o que tem sustentado os preços globais do produto, uma vez que a Vale é a maior produtora.

(Por Roberto Samora)