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"Vamos em frente", diz Bolsonaro sobre Caged; Marinho vê retomada do emprego em 2019

25/03/2019 15h27

Por Mateus Maia

BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil registrou criação líquida de 173.139 vagas formais de emprego em fevereiro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), resultado que sinaliza uma retomada consistente para 2019, avalia o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.

Nesta tarde, o presidente Jair Bolsonaro comentou os números do Caged. "Queremos muito mais e não descansaremos! Vamos em frente!", afirmou o presidente no Twitter.

O resultado do Caged em fevereiro veio acima das estimativas de analistas consultados em pesquisa Reuters, que projetavam criação líquida de 82 mil postos.

Na opinião de Marinho, os sinais enviados pelo Ministério da Economia e pelo governo do presidente Jair Bolsonaro têm dado mais confiança ao mercado.

O dólar teve na sexta-feira passada a maior alta percentual ante o real em 22 meses, fechando acima de 3,90 reais. Os juros experimentaram a pior semana desde fevereiro, enquanto o Ibovespa voltou ao patamar de meados de janeiro.

Segundo o ministério, o resultado de fevereiro é o melhor para o mês desde 2014. Para Marinho, é um sinal de que esse cenário deve se repetir ao longo do ano.

"Há uma sinalização de que a retomada dos empregos será consistente este ano", disse.

Ele explicou também que esse ganho de tração dos empregos se dá pelos sinais dados em direção a uma economia mais liberal sob a batuta do presidente Jair Bolsonaro.

"Esse número de empregos gerados no mês de fevereiro, que foi bem acima até do que o próprio mercado previa, é uma demonstração das mudanças propostas na economia no governo de Bolsonaro", completou.

Estas, por sua vez, seriam medidas de desburocratização e flexibilização, que, para o secretário, "passam confiança à economia real no sentido de retomar o processo de contratações".

O governo, contudo, tem enfrentado turbulências na articulação com o Congresso para a aprovação da reforma da Previdência, principal projeto na área econômica.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a afirmar, no fim de semana, que Bolsonaro precisava se convencer da importância da Reforma.

FEVEREIRO

Dos oito setores pesquisados pelo Caged, sete ficaram no azul. O maior ganho líquido foi em serviços, com abertura líquida de 112.412 postos de trabalho.

Em seguida vieram indústria da transformação (saldo positivo de 33.472), administração pública (+11.395), construção civil (+11.097) e comércio, com 5.990 novas vagas.

Também ficaram no azul extrativa mineral (+985) e serviços industriais de utilidade pública (+865). Contudo, a agropecuária registrou fechamento líquido de 3.077 vagas.

Houve 19.030 desligamentos mediante acordo entre empregador e empregado, modalidade criada após a reforma trabalhista.

No mesmo âmbito, foram criados 4.346 vagas de trabalho intermitente e 3.404 postos de trabalho em regime de tempo parcial.

No primeiro bimestre do ano, houve criação liquida de 207,4 mil vagas, 68,4 mil a mais ante o mesmo período do ano passado, quando o resultado era positivo em 139 mil, de acordo com o ministério.

Por outro lado, o Brasil iniciou o ano com alta na taxa de desemprego para o nível mais alto em cinco meses, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, é normal, estatísticamente, em momentos de retomada, o desemprego mostrado pela Pnad aumentar, uma vez que, segundo ele, um contingente antes classificado como inativo ou desalentado volta a ser contabilizados como "desempregado", o que acaba elevando a taxa de desocupação.

No dado mais recente da Pnad, referente ao trimestre até janeiro de 2019, o número de desalentados, ou a quantidade de trabalhadores que desistiram de procurar uma vaga, foi a 4,716 milhões, aumento em relação aos 4,706 milhões no trimestre até dezembro.