Esse homem pediu uma 'selfie' com sequestrador de seu voo e foto virou meme

Em um momento após a decolagem, um egípcio de 59 anos à época chamado Seif Eldin Mustafa ameaçou explodir o avião com um cinturão de explosivos. Diante da exigência, voo foi redirecionado ao Aeroporto de Larnaca, no Chipre, onde alguns reféns foram liberados imediatamente.

O homem estaria exigindo a libertação de 63 prisioneiras femininas no Egito em uma tentativa de expor ao mundo o que chamou de "regime fascista" do presidente do país, Abdel-Fattah el-Sisi. As negociações foram complicadas, já que, além da tensão esperada da situação, o sequestrador não agia de maneira linear, apresentando uma certa confusão.

A hora da foto

Ben Innes atuava como auditor em uma empresa multinacional e estava no Egito a trabalho. Em meio a toda aquela situação, o passageiro teve a ideia inusitada: pedir ao sequestrador para tirar uma selfie com ele.

Posteriormente, Innes revelou que a intenção era ver o cinturão mais de perto para avaliar sua autenticidade. "Não sei por que fiz isso, apenas parei de me preocupar enquanto tentava permanecer alegre diante da adversidade. Imaginei que, se a bomba dele fosse real, eu não tinha nada a perder de qualquer maneira, então, aproveitei a chance para dar uma olhada mais de perto", disse o auditor ao jornal inglês The Guardian à época.

Innes pediu para uma comissária ajudar na tradução e pedir ao sequestrador para fazer uma foto com ele. Mustafa deu de ombros, como se dissesse que não se importava.

Tem de ser a melhor selfie de todas
Ben Innes

Virando meme

Nesse momento a imagem do jovem em pé e sorridente ao lado do sequestrador foi feita, se tornando um meme. Diversas montagens à época colocavam a imagem do auditor em situações trágicas da história, como a morte do presidente John F. Kennedy em 1963 nos EUA.

Em outra, Innes aparecia ao lado das Torres Gêmeas após os ataques de 11 de Setembro. Muitos questionaram se isso seria coragem ou imprudência por parte dele.

'Idiota'

Após seis horas de negociações, Mustafa libertou todos os reféns restantes e se rendeu às autoridades cipriotas. O cinturão que ostentava não tinha bombas de verdade, mas apenas objetos simulando-as.

Diante dessa situação, ele foi considerado mentalmente instável. Aos investigadores, ele pediu que uma carta que havia escrito fosse entregue à sua ex-mulher, que morava no Chipre, na época.

Ele disse às autoridades após sua prisão: "Quando alguém não vê a família há 24 anos e quer ver a esposa e os filhos, e o governo egípcio não deixa, o que ele deve fazer?".

Diante das circunstâncias, foi descartada a possibilidade de terrorismo. Uma autoridade egípcia, ao fazer essa afirmação, disse que o home seria, na verdade, um idiota.

Ben Innes retornou ao Reino Unido como uma celebridade instantânea. A foto continua sendo lembrada como um exemplo de momento coragem ou insensatez diante do perigo.

Em 2019, um tribunal egípcio condenou Mustafa à prisão perpétua.