Alimentos pesam e IPCA-15 acelera alta a 0,54% em março, taxa em 12 meses se aproxima de meta
SÃO PAULO (Reuters) - Os preços de alimentos subiram com força e a prévia da inflação oficial registrou em março o patamar mais elevado para o mês em quatro anos, depois de o Banco Central ter alertado que a inflação acumulada em 12 meses deve atingir um pico em torno de abril ou maio.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,54 por cento em março, depois de alta de 0,34 por cento em fevereiro, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa a taxa mais alta para um mês de março desde 2015, quando o índice subiu 1,24 por cento.
Em 12 meses, o indicador apresentou alta de 4,18 por cento, acima dos 3,73 por cento do mês anterior. Com isso, o resultado se aproxima da meta oficial de inflação do governo para 2019 --4,25 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Nesta terça-feira, o Banco Central antecipou que a inflação acumulada em 12 meses deve atingir um pico em torno de abril ou maio, para depois recuar para patamar abaixo do centro da meta deste ano. Mas o BC destacou que a consolidação desse "cenário favorável" depende do andamento das reformas e ajustes na economia brasileira.
Em março, a maior influência sobre o IPCA-15 foi exercida pelo grupo Alimentação e Bebidas, cuja alta acelerou a 1,28 por cento de 0,64 por cento em fevereiro, exercendo o maior impacto(0,32 ponto percentual).
Alimentação no domicílio foi a principal colaboração para essa alta com os preços subindo 1,91 por cento em março, de 0,68 por cento no mês anterior, com destaque para o avanço de 41,44 por cento do feijão-carioca.
Também pressionou o IPCA-15 a alta de 0,59 por cento dos Transportes, após queda de 0,46 por cento no mês anterior, sob pressão de passagem aérea (7,54 por cento) e etanol (2,64 por cento). Juntos, Alimentos e Transportes corresponderam a cerca de 80 por cento do índice do mês.
Por outro lado, Artigos de Residência e Comunicação apresentaram deflação no mês, respectivamente de 0,23 e 0,19 por cento.
Na semana passada, o BC manteve a taxa de juros no seu piso histórico de 6,5 por cento e indicou que, diante da retomada econômica aquém das expectativas, o balanço de riscos para a inflação ficou simétrico, com pesos iguais tanto para cima quanto para baixo.
A decisão, a primeira com Roberto Campos Neto no comando da autoridade monetária, tirou o impedimento explícito que o BC vinha apontando para possivelmente diminuir os juros à frente.
(Por Camila Moreira)
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