IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Guedes afirma que juros básicos cairão até 2 p.p. se reforma da Previdência for aprovada

27/03/2019 20h12

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira que os juros básicos cairão até 2 pontos percentuais se a reforma da Previdência for aprovada na íntegra, pontuando que o Banco Central não pode baixar a Selic num empurrão, citando um erro já cometido no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

"No limite, se sair uma reforma previdenciária de 1,170 trilhão de reais, aprovada na íntegra, os juros descem 2 por cento sem ninguém falar nada", afirmou ele, ao participar de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Na semana passada, o BC manteve a Selic em sua mínima histórica de 6,5 por cento e indicou que deve fazer uma avaliação cautelosa -- e demorada -- sobre a economia antes de mudar a rota da política monetária.

Guedes reiterou o desejo de zerar o déficit primário já neste ano, ante meta de um rombo de 139 bilhões de reais para o governo central.

Para tanto, o ministro disse ter orientado seu secretário especial de Desestatização, Salim Mattar, a vender 80 bilhões de reais de estatais e seu secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, a segurar pelo menos 30 bilhões de reais a 40 bilhões de reais de cessão onerosa.

Ao encerrar sua participação na CAE, Guedes também pediu desculpas por entrevero ocorrido mais cedo com a senadora Kátia Abreu (PDT-TO). Kátia tentou interrompê-lo e Guedes pediu, num tom mais ríspido, que ela aguardasse sua vez de falar.

"Às vezes você avança 10 metros e quando você vê levou um balaço de gente que é nossa mesma", afirmou o ministro.

"Eu estava esperando do adversário e de repente vem um balaço do meu lado aqui. Então às vezes, de vez em quando, eu fico nervoso", completou ele, numa provável alusão ao clima político do Congresso.

Durante a audiência, Guedes revelou ter recebido alerta para não ir à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, na véspera, sob o risco de apenas receber pedras dos parlamentares, incluindo os do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro.