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Enchentes interrompem embarques de fertilizantes em novo baque para agricultores dos EUA

25/04/2019 15h41

Por Karl Plume

CHICAGO (Reuters) - A fornecedora agrícola CHS possui dezenas de barcaças carregadas presas em uma cheia do rio Mississippi próximo a Saint Louis, a cerca de 500 milhas dos dois terminais de distribuição da empresa em Minnesota.

As barcaças não conseguem se mover --ou levar nutrientes cruciais a agricultores de milho para a temporada de plantio da primavera-- por conta dos bloqueios no principal rio escoador de grãos e fertilizantes dos Estados Unidos, que conta com fechamentos há semanas. O alto nível da água representa perigo a barcos, barcaças e eclusas.

As ferrovias também foram afetadas por atrasos causados pelo clima de inverno e por enchentes no Meio-Oeste do país, atrapalhando ainda mais as cadeias de fornecimento agrícola no cinturão dos cereais.

Os problemas no transporte são a mais recente dor de cabeça para um setor que enfrenta anos de lucros decadentes e a guerra comercial entre EUA e China, ameaçando um corte no número de acres de milho e trigo que podem ser cultivados neste ano.

Os atrasos nos embarques dão sequência a meses de tempo ruim no Meio-Oeste rural, no que se inclui um "ciclone bomba", que alagou ao menos 1 milhão de acres (405 mil hectares) de terras agrícolas no mês passado, e uma temporada recorde de nevascas em abril.

"Nossas barcaças no Meio-Oeste estão muito longe de onde precisamos que elas estejam", disse Gary Halvorson, vice-presidente sênior de agronomia da CHS. "E realmente não acreditamos que qualquer linha ferroviária esteja entre os serviços preferidos até o verão."

Varejistas agrícolas dependem de barcaças e trens para o reabastecimento dos armazéns de distribuição em todo o cinturão. A inundação do rio, porém, atrasou a reabertura sazonal dos trechos norte do rio Mississippi para o tráfego de barcaças. As últimas previsões do Serviço Nacional de Meteorologia para o rio sugerem que uma de suas eclusas ao sul poderia permanecer fechada pelo menos até a primeira semana de maio.

(Reportagem de Karl Plume em Chicago)