Petrobras não prevê investir em Israel apesar de ter dados sobre leilão, diz CEO
Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras não tem intenção de investir fora do Brasil neste momento, apesar de ter adquirido pacote de dados geofísicos e geológicos para leilões de exploração e produção em Israel e na Guiana, disse nesta quarta-feira o presidente da petroleira estatal, Roberto Castello Branco.
"Nós somos produtores de petróleo, somos um player importante de petróleo, então, se você está em um negócio, você quer saber o que está acontecendo no mundo, tem que se informar", disse Castello Branco, durante uma coletiva de imprensa sobre os resultados no primeiro trimestre.
A afirmação foi feita após jornalistas questionarem nesta quarta-feira sobre um anúncio realizado pelo ministro de Energia de Israel, Yuval Steinitz, de que a Petrobras participaria de um certame local, em meio à viagem do presidente Jair Bolsonaro para aquele país, em março.
O Castello Branco frisou que "não existe nenhuma intenção da Petrobras de investir fora do Brasil" e sinalizou que mesmo um eventual desejo de Bolsonaro de ver a estatal no leilão israelense não teria peso sobre as decisões da companhia.
"Amigos, amigos, negócios à parte", respondeu, quando questionado sobre a possível influência do presidente da República sobre o interesse no leilão e a compra do pacote de dados.
"Nossos geólogos estão querendo saber e conhecer mais sobre as características geofísicas e geológicas de outras regiões...", afirmou o executivo.
"A nossa política, contínua e permanente, é nos mantermos informados sobre o que está acontecendo no cenário global do petróleo, não fazer isso é bancar o avestruz", acrescentou.
O executivo reiterou ainda que a Petrobras não quer repetir os erros do passado, quando a companhia investiu em ativos na América do Norte, África, Bolívia, Argentina e Uruguai que não trouxeram os resultados esperados.
"Não há mudança nenhuma de política, nenhuma intenção de investimento e isso não está no nosso plano de negócios, não foi tomada decisão e não levamos nada para o Conselho de Administração", completou.
Castello Branco ainda reiterou que a Petrobras focará sua estratégia agora na exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultraprofundas.
O diretor de Exploração e Produção da companhia, Carlos Alberto Oliveira, afirmou que o pré-sal deverá representar até 60 por cento da produção da empresa no fim do ano, contra 49 por cento no primeiro trimestre.
A Petrobras reportou na terça-feira um lucro líquido de 4,03 bilhões de reais entre janeiro e março, queda de 42 por cento ante mesmo período de 2018, com a redução da produção de petróleo e menores preços da commodity atingindo as exportações, além de uma nova norma contábil que impactou os resultados.
(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)
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