China diz que obtém progresso em vacina contra peste suína africana
PEQUIM (Reuters) - A China vai começar testes clínicos de uma vacina para peste suína africana, afirmou a mídia estatal nesta sexta-feira, em um momento em que a doença segue se espalhando pelo maior rebanho de suínos do mundo.
O Instituto de Pesquisa Veterinária de Harbin, controlado pelo governo chinês, encontrou dois candidatos a vacinas, com base em testes de laboratório que ofereceram imunidade contra a doença, afirmou a Rádio Nacional da China no site de microblogs do país, Weibo.
"No próximo passo, a Academia Chinesa de Ciências para Agricultura vai acelerar o progresso de um piloto e promover testes clínicos, bem como a produção da vacina", afirmou a rádio.
O extermínio de milhões de animais por conta da doença tem motivado valorizações em produtores brasileiros de carne como JBS e BRF, que afirmaram neste mês que a crise tem pressionado para baixo os preços de grãos usados em ração.
Entretanto, cientistas que trabalham com vacinas para animais estão cautelosos, afirmando que o desenvolvimento e lançamento de uma vacina efetiva é um trabalho difícil.
Representantes do Instituto Harbin não comentaram o assunto de imediato.
O governo chinês afirmou que o rebanho reprodutor está 22 por cento menor do que estava nesta mesma época no ano passado, mas muitos na indústria afirmam que o impacto da doença pode ser muito maior.
Em algumas partes do país, grandes volumes de porcos morreram ou foram abatidos. O rebanho reprodutor está 41 por cento menor em relação ao último verão na província de Shandong, no norte da China, segundo o governo local.
Enquanto Pequim está pedindo para os produtores ampliarem a criação de animais, alguns pecuaristas afirmam que é muito arriscado fazer isso enquanto uma vacina não está disponível.
A febre suína africana matou quase todos os porcos infectados e o vírus pode durar por semanas em materiais contaminados.
Vários candidatos de vacinas já foram identificados por pesquisadores em outros países, mas muitos passos adicionais ainda são necessários antes de um produto efetivo ser colocado no mercado.
"Na pesquisa, vacinas podem ser muito eficientes, mas quando você coloca elas em campo os resultados podem ser muito diferentes", disse um especialista internacional em febre suína africana, pedindo para não ser identificado por causa da sensibilidade do assunto. Conseguir fazer uma vacina passar por testes de campo e levá-la ao mercado pode levar anos, acrescentou.
Além disso, há pelo menos duas cepas do vírus circulando na China e é improvável que uma vacina seja capaz de dar imunidade contra ambas, afirmou o especialista.
A China começou apenas recentemente a pesquisa sobre uma vacina, uma vez que cientistas estavam impedidos de lidar com o vírus vivo até que ele fosse encontrado no país.
Mas muitos especialistas avaliam que a China vai conseguir licenciar uma vacina mais rapidamente que em outras partes do mundo dado o grande impacto que o vírus está tendo sobre um dos mais importantes setores do país.
O relato da rádio chinesa não deu detalhes sobre o tipo de vacina que o Instituto Harbin está trabalhando.
(Por Dominique Patton)
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