Cielo desiste de meta de lucro e reduz remuneração a acionistas, cita ambiente competitivo
SÃO PAULO (Reuters) - A Cielo desistiu da projeção de lucro para 2019 e reduziu fortemente a remuneração que distribuirá a acionistas, no mais recente capítulo no cenário competitivo no mercado de pagamentos do país que a tornou o principal alvo das rivais.
Maior credenciadora de cartões do Brasil, a Cielo afirmou nesta sexta-feira que descontinuou a estimativa de lucro líquido para este ano, de 2,3 bilhões a 2,6 bilhões de reais. E definiu em 30% a distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio relativos aos segundo, terceiro e quarto trimestres.
"Tais decisões refletem o ambiente competitivo no qual a Cielo está inserida e que tem se tornado mais acirrado ao longo dos últimos meses, em face de ações anunciadas e implementadas por outras companhias do setor", afirmou a Cielo.
No começo do ano, num esforço para agradar investidores temerosos com a longa sequência de perda de mercado e de margens de lucro da companhia, o presidente-executivo da Cielo, Paulo Caffarelli, mantivera o plano de distribuir de 70% a 100% dos resultados em remuneração a acionistas.
Mas agora a companhia mudou de rumo, após uma guinada da concorrência precipitada em abril, quando a maior rival da Cielo, a Rede, do Itaú Unibanco, anunciou que iria zerar a cobrança de juros sobre antecipação de recebíveis para lojistas nas compras pagas com cartão de crédito sem parcelas.
Várias outras companhias do setor, incluindo Stone e PagSeguro, também anunciaram facilidades maiores para seus clientes.
(Por Aluísio Alves)
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