Argentina negocia com China acordo para usina nuclear e vendas de farelo de soja
BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina indicou nesta terça-feira seu interesse em avançar em iniciativas com a China, que incluem a construção da quarta usina nuclear do país e a exportação de soja processada localmente para o país asiático, declarou o governo após reuniões bilaterais em Pequim.
Se concluída, a unidade nuclear, com valor divulgado de até 8 bilhões de dólares, seria um dos maiores projetos financiados na Argentina pela China, que se tornou um importante parceiro comercial da nação sul-americana e seu maior financiador não institucional.
O chefe de gabinete da Argentina, Marcos Peña, afirmou que "há uma intenção de avançar" com a construção da usina, em um comunicado governamental publicado após seu encontro com o vice-primeiro-ministro chinês, Hu Chunhua.
Peña irá da China direto para a cúpula do G20 no Japão.
O projeto nuclear argentino, acertado sob a administração da ex-presidente Cristina Kirchner, estagnou no governo de Mauricio Macri, ainda que autoridades governamentais tenham sinalizado intenções de chegar a um acordo com os chineses no ano passado.
Peña também destacou discussões bilaterais visando a permissão das exportações argentinas de derivados de soja, como farelo de soja para ração, para a China. Na segunda-feira, a Argentina embarcou seu primeiro carregamento de carne bovina refrigerada para Xangai.
"Você nota um dinamismo muito forte e uma ampla abertura em termos de acesso aos mercados", disse Peña.
A Argentina, que já vende grãos de soja à China para que sejam processados no país asiático, vem trabalhando com força no lobby para obter a permissão para vender farelo de soja para alimentar diretamente o maior rebanho de suínos do mundo.
(Reportagem de Cassandra Garrison e Hugh Bronstein)
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