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Campos Neto reforça importância de estabilidade para queda de juros, não comenta câmbio

28/08/2019 10h56

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta quarta-feira as conquistas do real e a necessidade de estabilidade monetária para as taxas de juros convergirem para níveis mais adequados, se esquivando de quaisquer comentários sobre o câmbio.

"Hoje eu posso falar de beija-flor", afirmou Campos Neto quando questionado pela imprensa, em inauguração de exposição na sede do BC sobre os 25 anos de lançamento do real, se a autoridade monetária faria mais intervenção no câmbio.

A fala fez referência ao lançamento no evento de moeda comemorativa que estampa em uma de suas faces o beija-flor que marcou a primeira família de cédulas do real.

Na véspera, o dólar engatou a quarta alta consecutiva frente ao real, cravando uma nova máxima em cerca de um ano, mas terminou longe dos picos da sessão, em dia em que o BC anunciou operação extraordinária de dólares no mercado à vista no momento em que a moeda ameaçava o patamar de 4,20 reais.

A atuação do BC se deu após disparada da moeda norte-americana após Campos Neto ter avaliado, em participação na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, que o real não mostrava comportamento atípico em relação às demais moedas emergentes e que sua oscilação ainda estava dentro do padrão.

Nesta quarta-feira, o dólar recuava ligeiramente contra o real, em mais um dia de volatilidade no mercado de câmbio. Às 11h12, a moeda tinha variação negativa de 0,15%.

Em seu discurso no evento, Campos Neto pontuou que a autarquia seguirá adotando cautela e perseverança em busca de contribuir para um ambiente de crescimento econômico sustentável no Brasil.

"É com estabilidade monetária que conseguiremos convergir para taxas de juros a níveis mais adequados, a começar pela taxa básica, que se encontra no mínimo histórico", afirmou.

O presidente do BC também destacou que, após o país viver um período em que a inflação mensal chegou a 82%, os índices de preços são hoje previsíveis, "condizentes com as metas anunciadas e a caminho de patamares ainda menores".

"A principal contribuição que a política monetária pode dar é a inflação baixa e estável, objetivo cumprido com os recentes resultados na meta para a inflação", disse ele.

"A estabilidade de hoje não existiria sem o pontapé inicial dado em 1º de julho de 1994, quando o real chegou ao público", completou.

MUSEU

Campos Neto informou que o museu do BC passará por "grande reestruturação". A partir de recursos do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), vinculado ao Ministério da Justiça, será criado o primeiro Museu de Economia da América do Sul, voltado à educação financeira, em ação que integra a pauta institucional Agenda BC#.

(Por Marcela Ayres)