De disparada do petróleo e restrições de financiamento, Fed enfrenta novas complexidades
Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve concluirá sua mais recente reunião de política nesta quarta-feira influenciado por dados econômicos conflitantes, sob pressão constante da Casa Branca por cortes acentuados nas taxas de juros e na esteira de um salto inesperado nos custos de empréstimos overnight, num movimento que por si só pode exigir alguma ação.
Apesar das divisões sobre a necessidade de redução nos custos de empréstimos, a ampla expectativa é que o banco central dos EUA corte sua principal taxa de empréstimos overnight em 0,25 ponto percentual pela segunda vez este ano.
O Fed deve divulgar seu comunicado de decisão de política monetária às 15h (horário de Brasília). Às 15h30, o chairman do Fed, Jerome Powell, fará discurso.
Um corte de 25 pontos-base reduziria a meta de juros do Fed para a faixa entre 1,75% e 2,00% e se alinharia aos movimentos de bancos centrais de todo o mundo no sentido de relaxar a política monetária para compensar o impacto de uma guerra comercial EUA-China e outros riscos para a economia global.
Dos mercados globais de bônus ao presidente dos EUA, Donald Trump, no entanto, uma reação mais significativa pode vir em resposta à forma como o Fed descreve sua mais recente decisão de política monetária, às expectativas que estabelece para possíveis cortes de taxas no final deste ano e em 2020 e se o banco central pode mudar de marcha e começar a expandir novamente seu balanço.
Uma possível mudança na política do lado do balanço do Fed ou em ferramentas do banco central para administrar as taxas de juros só surgiu como ponto de discussão entre os analistas nesta semana, quando as taxas de financiamento overnight aumentaram inesperadamente e a taxa efetiva de juros atingiu 2,25%, limite superior da meta estabelecida pelo Fed em sua reunião política monetária de julho.
O salto na taxa overnight "repo" --uma medida importante das condições nos mercados financeiros dos EUA-- levou o Fed de Nova York a intervir em um leilão de 75 bilhões de dólares para manter a taxa efetiva de juros à meta do Fed.
Alguns analistas disseram que os desenvolvimentos nos mercados de financiamento de curto prazo indicaram que o Fed havia ido longe demais na redução do tamanho de seu balanço nos últimos meses e precisava começar a comprar títulos novamente para aumentar o nível de reservas disponíveis para os bancos.
"Este é um dos sinais de que eles devem reverter o curso do balanço" e começar a aumentá-lo, disse Steven Ricchiuto, economista-chefe da Mizuho Securities nos EUA. "Eles reconhecem que têm algum problema."
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