Trabalhadores da Embraer aprovam estado de greve, diz sindicato
SÃO PAULO (Reuters) - Trabalhadores da fábrica da Embraer em São José dos Campos (SP) aprovaram nesta quarta-feira decretação de estado de greve e podem cruzar os braços a partir da segunda-feira caso não haja avanço em negociações salariais, informou o sindicato local.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à Conlutas, o reajuste reivindicado pelos trabalhadores corresponde à inflação do período (setembro de 2018 a agosto de 2019) mais 3% de aumento real, além de renovação da convenção coletiva na íntegra. Já a Fiesp propôs zero de aumento real, aplicando apenas a inflação (3,28%), e redução de direitos, segundo o sindicato.
"Há quatro anos, a Embraer não aplica aumento real aos salários", afirmou o sindicato.
O sindicato informou ainda que "dois pontos previstos na convenção coletiva estão na mira dos empresários do setor aeronáutico: a estabilidade no emprego para lesionados e a proibição da terceirização irrestrita nas fábricas". A entidade estima que existam cerca de 1.000 trabalhadores lesionados nas unidades da Embraer em São José dos Campos. "Os casos mais comuns são lesões no ombro e coluna e depressão", afirmou o sindicato.
"Não vamos abrir mão desses direitos. A terceirização já é uma prática adotada pela Boeing em suas plantas, mas não permitiremos que seja aplicada nas metalúrgicas da nossa região", disse o diretor do sindicato André Luiz Gonçalves, em comunicado à imprensa.
Procurada, a Embraer disse que não vai comentar o assunto.
A norte-americana Boeing conseguiu mais cedo neste ano aval do governo de Jair Bolsonaro para comprar o controle da principal unidade de negócios da fabricante brasileira, a que produz jatos comerciais. O negócio ainda precisa de aprovação de autoridades regulatórias para ser concluído.
As ações da Embraer exibiam alta de 0,8 por cento, cotadas a 19,45 reais, perto do final do pregão. O Ibovespa mostrava recuo de 0,3 por cento.
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