Bolsonaro questiona se vazamento de óleo seria ato criminoso para afetar megaleilão do petróleo
O presidente Jair Bolsonaro questionou hoje se o vazamento de óleo que atinge praias do Nordeste desde setembro poderia ter sido cometido intencionalmente com o objetivo de prejudicar a realização do megaleilão de petróleo da cessão onerosa que será realizado em novembro.
"Coincidência ou não, nós temos um leilão da cessão onerosa. Eu me pergunto, a gente tem que ter muita responsabilidade no que fala: poderia ser uma ação criminosa para prejudicar esse leilão? É uma pergunta que está no ar", disse o presidente em vídeo transmitido ao vivo no Facebook ao lado do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e oficiais da Marinha.
"Nós estamos cientes da nossa responsabilidade, as Forças Armadas e demais órgãos do governo estão fazendo a sua parte", acrescentou.
As áreas em oferta no leilão da cessão onerosa juntas somam um bônus de assinatura total fixo de cerca de 106,5 bilhões de reais, que deverão ser pagos pelos vencedores do certame, tornando-se a maior rodada de licitações de petróleo da história.
Bolsonaro também voltou a afirmar no vídeo que o petróleo, que atingiu praias do Nordeste pela primeira vez no início de setembro, seria de origem venezuelana. Na quinta-feira, o Ibama confirmou que o óleo é venezuelano, mas ressaltou que isso não significa necessariamente que a Venezuela seja a responsável pelo vazamento.
Ao lado de Bolsonaro na transmissão de vídeo, o almirante Leonardo Puntel, comandante de operações navais da Marinha, disse que o óleo "muito provavelmente" veio de algum navio e que a mancha começou na Paraíba e subiu para o Maranhão, atingindo outros Estados pelo caminho.
Segundo a Marinha, em torno de 140 navios petroleiros passaram pela região no período do vazamento.
"Provavelmente é um crime ambiental, porque o navio não notificou. A Marinha, junto a outros órgãos, está verificando essa possibilidade", disse o ministro da Defesa no vídeo.
Desde setembro, o governo investiga o petróleo que continua se espalhando por centenas de quilômetros da costa brasileira nos Estados do Nordeste.
Um relatório da Petrobras indicou primeiramente que o produto tinha propriedades do petróleo venezuelano, mas o governo posteriormente conduziu sua própria análise confirmando as características do óleo.
A Venezuela negou na semana passada responsabilidade no caso.
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