Após flertar com R$4,28, dólar crava novos recordes históricos em sessão de atuação do BC
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar até desacelerou a alta depois de dois leilões extraordinários promovidos pelo Banco Central no mercado à vista, mas ainda assim fechou com folga em nova máxima recorde nesta terça-feira, depois de ao longo do pregão disparar a quase 4,28 reais e cravar novo pico histórico também para o intradia.
A onda de compra de moeda foi deflagrada depois de declarações dadas na véspera pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, indicando que o dólar alto veio para ficar.
Mas o fortalecimento também teve como respaldo a percepção de que o Banco Central estava hesitando em atuar no mercado cambial. No fim, a autoridade monetária precisou fazer duas intervenções da autoridade monetária no mercado à vista para acalmar os ânimos.
A primeira operação foi anunciada por volta de 11h e ajudou a desacelerar a alta da moeda, que, porém, voltou a ganhar fôlego depois. Segundo operadores, esse primeiro leilão foi pequeno e passou impressão de um BC receoso.
A segunda oferta líquida de dólar à vista do dia foi anunciada pouco antes das 15h40 e, diferentemente da primeira, fez mais preço, ajudando a cotação a fechar perto das mínimas do dia.
Há pouco, o BC anunciou leilões ordinários de dólar à vista, swap cambial reverso e swap cambial tradicional, sem oferta líquida de moeda no mercado físico. Mas o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça que as atuações foram por gap de liquidez e poderão ser repetidas na quarta.
Ao longo desta terça, o ministro da Economia voltou a discursar, mas evitou falar de câmbio.
No mercado interbancário, cujas operações se encerram às 17h, o dólar fechou em alta de 0,59%, a 4,2398 reais na venda, mais de 2 centavos acima da máxima anterior --de 4,2150 reais na venda, marcada na véspera.
Durante os negócios, a cotação cravou 4,2785 reais na venda. Na compra, a moeda foi a 4,2770 reais, superando com folga a taxa de 4,2482 reais na compra alcançada em 24 de setembro de 2015, quando os mercados domésticos sofriam com forte volatilidade logo depois de a S&P retirar do Brasil o grau de investimento.
Na B3, a taxa do contrato futuro de dólar mais negociado bateu uma máxima de 4,2775 reais.
No mês, o dólar salta 5,75% ante o real, que tem desempenho melhor apenas que o peso chileno, considerando uma lista de 33 rivais do dólar.
Mas a forte alta da cotação não tem animado alguns investidores por ora.
"Sigo neutro em dólar, não estou comprado na moeda. Acho que o mercado está muito esticado", disse Luiz Eduardo Portella, sócio-fundador da Novus Capital. "Mas nessa época do ano quando tem muita saída de fluxo fica difícil ficar vendido", ponderou.
O salto do dólar nas últimas semanas tem sido motivado em boa parte pela frustração com a perspectiva de fluxo, depois da falta de lances por parte de empresas estrangeiras no megaleilão de petróleo no começo de novembro.
O fluxo cambial está negativo em 21,910 bilhões de dólares neste ano.
Em evento em São Paulo nesta terça, o diretor de Regulação do BC, Otavio Ribeiro Damaso, disse que o BC estuda uma regulação no sentido de retirar alguns entraves para investimentos de menor porte no país, que acabam pouco viáveis para os investidores devido a custos de manutenção dos recursos no mercado interno.
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