Cosan diz que Raízen participa de processo de venda de refinarias pela Petrobras
Por Marcelo Teixeira
SÃO PAULO (Reuters) - O grupo brasileiro de energia Cosan Ltd está participando por meio da Raízen de um processo organizado pela Petrobras para desinvestimento em ativos de refino no Brasil, disseram executivos da companhia nesta terça-feira.
O diretor financeiro da Cosan, Marcelo Martins, afirmou em teleconferência com analistas e investidores que a Raízen ainda está avaliando a possibilidade de comprar uma refinaria da Petrobras.
Ele ressaltou, no entanto, que uma eventual concretização do interesse por ativos de refino exigiria retornos elevados devido ao risco envolvido no negócio.
A Reuters noticiou na semana passada que a Raízen está em um grupo de investidores selecionados pela Petrobras para a segunda fase do processo de venda de quatro refinarias.
No total, a petroleira estatal planeja vender oito refinarias no Brasil, incluindo a recém-construída unidade de Abreu e Lima, à medida que deseja voltar seu foco para a exploração de petróleo.
Atualmente, a Petrobras possui um quase monopólio de refino no Brasil, o que faz com que o plano abra uma nova área para o investimento privado.
Martins disse que o fato de a Raízen, joint venture da Cosan em parceria com a Shell, controlar uma grande rede de distribuição de combustíveis no Brasil é um fator-chave por trás de seu interesse pelas refinarias.
"Nós não buscaríamos isso se não tivéssemos a distribuição", disse.
A Raízen opera o segundo maior negócio de distribuição de combustíveis do Brasil, atrás apenas da BR Distribuidora, contando com uma cadeia de postos de bandeira Shell em todo o país.
Entre os aspectos avaliados para uma possível movimentação no ramo de refinarias, Martins mencionou o preço do ativo, o potencial para redução de custos uma vez que a unidade for assumida e o tamanho do retorno do investimento, que "deve ser suficientemente grande para talvez compensar o grande risco desse tipo de investimento".
O presidente-executivo da Cosan, Marcos Lutz, disse que o panorama finalmente parece mais positivo para o mercado de combustíveis no Brasil, após três anos de contração.
"O mercado de combustíveis está reagindo. Vimos crescimento sustentável nas vendas nos últimos dois meses, vemos crescimento orgânico para o próximo ano", afirmou.
Maiores vendas de combustíveis podem impulsionar as margens, que têm sido ajustadas devido à recente contração, acrescentou Lutz.
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