PSL decide punir Eduardo Bolsonaro e outros 17 deputados
BRASÍLIA (Reuters) - A Executiva Nacional do PSL decidiu nesta terça-feira aplicar punições nos processos disciplinares abertos pela legenda contra 18 parlamentares, entre eles o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, que foi suspenso por um ano das atividades partidárias.
A assessoria de imprensa do presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE), informou que o partido deverá encaminhar em breve um pedido de destituição de Eduardo Bolsonaro da presidência da Comissão de Relações Exteriores (CRE) ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que deverá formalizar a saída dele do cargo.
A assessoria de Eduardo Bolsonaro, contudo, contesta a possibilidade de saída do comando da comissão. Disse que ele não vai sair por ter sido eleito para o cargo e tem mandato.
Ainda assim, o comando do partido disse que a vaga de Eduardo na CRE é do partido e que ele só foi eleito por essa condição.
A decisão de aplicar punições que vão de advertência a suspensão por até um ano das atividades partidárias dos 18 deputados federais do PSL é mais um capítulo na briga do grupo ligado a Bivar no partido com o vinculado a Bolsonaro, que decidiu recentemente deixar a legenda pela qual foi eleita para começar um trabalho de fundação do seu próprio partido, a Aliança pelo Brasil.
Há uma jogada política também na decisão do PSL de não decidir pela expulsão de deputados do partido ligados a Bolsonaro. Caso fosse adotado esse tipo de punição, em tese poderia ficar mais fácil para que eles ingressassem em um novo partido ou mesmo na Aliança pelo Brasil sem correrem o risco de terem o mandato cassado por infidelidade partidária.
Na prática, essa decisão do PSL amarra esses parlamentares. Em nota, o deputado Bibo Nunes (RS), um dos punidos com um ano de suspensão, disse que vai entrar com recurso para questionar a punição imposta.
O parlamentar gaúcho disse que “é muita desconsideração". "Eu queria três anos. Quanto mais me punirem, melhor eu fico com a população”, afirmou, na nota.
(Reportagem de Ricardo Brito)
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