Fed mantém juro em meio a cenário "favorável"
Por Howard Schneider e Lindsay Dunsmuir
WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) manteve nesta quarta-feira as taxas de juros e sinalizou que os custos dos empréstimos permanecerão inalterados indefinidamente, com expectativa de que crescimento econômico moderado e o baixo desemprego continuem até as eleições presidenciais do próximo ano.
"Nosso cenário econômico permanece favorável, a despeito de desenvolvimentos globais e riscos contínuos", disse o chairman do Fed, Jerome Powell, em uma entrevista coletiva à imprensa após a decisão.
"Acreditamos que a política monetária está bem posicionada para servir ao povo norte-americano ao oferecer suporte ao contínuo crescimento econômico, a um mercado de trabalho forte e a inflação perto da nossa meta de 2%."
A decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) deixou a taxa básica de juros em sua atual meta, entre 1,50% e 1,75%.
Novas projeções econômicas mostraram que a sólida maioria de 13 dos 17 formuladores de política monetária do Fed não prevê mudanças nas taxas de juros ao longo de 2020. Os outros quatro viram apenas um aumento nas taxas no próximo ano.
Notadamente, nenhum formulador de política monetária sugeriu que taxas mais baixas seriam apropriadas para o próximo ano, um sinal de que o Fed sente que construiu uma "pouso suave" depois de um ano volátil em que os riscos de recessão se elevaram, a curva de juros dos EUA se inverteu e a política comercial trouxe turbulência aos mercados.
"O Comitê julga que a postura atual da política monetária é apropriada para dar suporte à expansão sustentada da atividade econômica, a condições fortes de mercado de trabalho e inflação próxima à... meta simétrica de 2%", afirmou o Fed ao fim de dois dias de reunião.
As ações dos EUA subiram modestamente após a decisão, que tinha sido fortemente antecipada por investidores. O índice de referência S&P 500 tinha alta de 0,3% na sessão.
Os rendimentos dos Treasuries pouco se alteraram, com o título de dez anos rendendo 1,81% e o papel de dois anos com rendimento de 1,64%.
Não houve dissensos no comunicado de política monetária, o primeiro sem discordâncias desde a reunião de 30 abril-1º de maio.
Em meio à guerra comercial EUA-China, os formuladores de política monetária do Fed disseram que continuarão a monitorar "desenvolvimentos globais" em decisões de juros. Eles também disseram que ficarão de olho em "pressões de uma inflação tênue", em um reflexo de preocupações de que o ritmo de alta dos preços não tem sido suficiente para cumprir a meta do banco central.
Depois da reunião de outubro, Powell havia dito que seria necessário uma mudança "material" no panorama econômico do Fed para que as taxas fossem alteradas novamente. O Fed cortou os juros três vezes este ano, incluindo em outubro.
"A mensagem predominante da reunião de hoje é que o Fed permanece em espera, salvo alguma surpresa material para a inflação", afirmou Jason Pride, chefe de investimentos no private da Glenmede Trust Co, em comunicado.
As projeções econômicas trimestrais divulgadas nesta quarta-feira mostraram poucas mudanças em relação às de setembro, quando os formuladores de política monetária traçaram uma economia que consideram ter contornado os riscos de recessão e está prestes a crescer próximo da tendência por vários anos a mais.
Uma referência no comunicado de política monetária de outubro sobre "incertezas" a respeito das perspectivas econômicas foi retirada do texto do comunicado desta quarta-feira.
A mediana das estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) indica crescimento de 2% no próximo ano e de 1,9% em 2021.
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