Suzano vai reduzir custo de celulose e produzir papel tissue no ES
Por Alberto Alerigi Jr.
SÃO PAULO (Reuters) - A Suzano anunciou nesta quinta-feira um conjunto de investimentos para reduzir custo de produção de celulose e produzir papel tissue no Espírito Santo, em um plano que vai usar como recursos créditos tributários de quase 1 bilhão de reais acumulados pela empresa no Estado.
A empresa, maior produtora mundial de celulose de eucalipto do mundo, vai investir um total de 933,4 milhões de reais em três projetos que, além da fábrica de papel tissue a ser instalada em Cachoeira de Itapemirim, preveem reforma da unidade de produção de celulose em Aracruz e ampliação de base florestal.
O investimento na base florestal da empresa no Estado, de 531 milhões de reais, vai envolver compra de terras e plantio e será desembolsado ao longo de dois anos após obtenção de licenças e outras aprovações.
"Isso representará ao longo do tempo uma redução de custo importante na produção de celulose em Aracruz pois as florestas estarão muito mais próximas da fábrica", disse Pablo Machado, diretor-executivo de relações e gestão legal da Suzano, em teleconferência com jornalistas. Ele não deu detalhes sobre para quanto irá o raio médio de oferta de madeira da fábrica em Aracruz.
O anúncio ocorre uma semana depois que a Suzano divulgou venda de florestas no Estado de São Paulo, classificadas pela empresa como ativo "não operacional", para a rival Klabin por cerca de 400 milhões de reais.
Já a reforma da fábrica de celulose da companhia em Aracruz, que tem 2,3 milhões de toneladas de capacidade anual, vai permitir consumo menor de insumos e aumento na geração de energia elétrica que a empresa vende no mercado. A empresa vai investir nesta frente 272,4 milhões de reais.
A reforma vai envolver substituição de "uma parte importante da caldeira de recuperação", que gera vapor para a produção de energia elétrica, e a instalação de um equipamento chamado de cristalizador.
Este retrofit parcial, como chamado pela Suzano, em Aracruz é o primeiro investimento "desta magnitude em muitos anos" na unidade que já foi a maior fábrica de celulose de eucalipto do mundo e tem origens que remontam ao final dos anos de 1970, disse Machado. Ele acrescentou que o investimento não vai ampliar a capacidade de produção em Aracruz.
Complementando o aproveitamento dos créditos tributários capixabas, a Suzano vai construir sua primeira fábrica de papel sanitário no Espírito Santo, que terá capacidade de conversão de 30 mil toneladas por ano e elevará o total da empresa para 130 mil toneladas anuais ante um volume atual de bobinas de 140 mil toneladas.
Atualmente, a Suzano tem outras quatro fábricas de papel tissue no Brasil - Mucuri (BA), Imperatriz (MA), Belém e Fortaleza - e o diretor-executivo de bens de consumo da companhia, Luis Bueno, afirmou que a produção da nova unidade deve começar no quarto trimestre do próximo ano.
A companhia vai usar do total de créditos 130 milhões de reais na nova unidade de papel, que terá como foco prioritário o atendimento da demanda no Espírito Santo, mas que poderá atender Estados próximos como Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
ENGENHARIA
Segundo Machado, a Suzano acumulou nos últimos 10 anos cerca de 1,1 bilhão de reais em créditos de ICMS no Espírito Santo, decorrentes da atividade exportadora de celulose da companhia. É o volume mais significativo acumulado pela empresa já que em outros Estados, de acordo com o executivo, "os créditos de ICMS são de magnitude bastante inferior e a situação é de créditos decrescentes".
O aproveitamento dos créditos no Espírito Santo vai ser possível após aprovação neste ano de lei no Estado que permite que estes valores devidos pelo governo estadual possam ser vendidos pela Suzano a terceiros, afirmou o executivo. É esta venda dos créditos que gera os recursos que a companhia poderá aplicar nos três projetos no Estado.
Por conta disso, a previsão de investimento da Suzano em 2020, de 4,4 bilhões de reais, não será revisada, disse Machado.
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