Ibovespa tem maior queda do ano com economia ainda em ritmo lento
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O tom negativo prevaleceu na bolsa paulista nesta quarta-feira e o Ibovespa teve a maior queda desde novembro passado, com novos dados sinalizando um desempenho ainda fraco da economia no Brasil, ditando realização de lucros nas ações, principalmente nos setores de bancos e de consumo.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,04%, a 116.414,35 pontos, maior queda percentual desde 26 de novembro. Ainda assim, o desempenho acumulado em 2020 está positivo, com elevação de 0,67%.
O volume financeiro no pregão somou 32,2 bilhões de reais, em sessão marcada pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa.
Para Pedro Menezes, membro do comitê de investimento de ações e sócio da Occam Brasil Gestão de Recursos, dados de varejo nesta sessão combinados com indicadores de atividade recentes mostram que a recuperação da economia será gradual.
"Com os dados do final do ano, o mercado passou a achar que a recuperação da economia seria mais rápida, levando a uma maior revisão dos números das empresa no curto prazo. "Com uma recuperação lenta, essa revisão é mais lenta, e isso leva a uma realização (de lucros)", explicou.
Em novembro, o volume de vendas no varejo subiu 0,6% em relação a outubro e 2,9% na comparação com novembro de 2018. Pesquisa Reuters mostrava expectativas de avanços de 1,1% e 3,8%, respectivamente.
Economistas do Credit Suisse afirmaram que os dados das vendas de varejo mostram alguma moderação na tendência positiva da atividade econômica observada nos últimos meses, após números mais fracos que o esperado na produção industrial e no setor de serviços, conforme relatório a clientes.
"O resultado também aumenta a probabilidade de o PIB crescer mais próximo de 0,5% no quarto trimestre de 2019 em relação ao trimestre anterior...se determinadas medidas implementadas pelo governo federal para aumentar o consumo das famílias no final de 2019 também tiverem efeito limitado nos principais indicadores econômicos em dezembro", observaram Leonardo Fonseca e Lucas Vilela, que tem como cenário base expansão de 0,8% no período.
No exterior, China e EUA assinaram a fase 1 do acordo comercial, que reverterá algumas tarifas e aumentará as compras chinesas de bens e serviços dos EUA, uma trégua do conflito de 18 meses entre as duas maiores economias do mundo.
DESTAQUES
- BRADESCO PN e ITAÚ UNIBANCO PN caíram 1,75% e 1,23%, respectivamente, corroborando o viés negativo recente no setor devido a receios sobre os efeitos nos resultados decorrentes de mudanças regulatórias e aumento na concorrência. BANCO DO BRASIL ON cedeu 1,83%.
- COGNA ON recuou 3,44%, contaminada pelo movimento de realização de lucros e sinais menos animadores sobre a economia, após alta nos quatro pregões anteriores, período em que acumulou alta de 6,6%. YDUQS ON cedeu 0,88%.
- CIA HERING ON fechou em baixa de 3,27%, em sessão fraca para o setor de varejo, após dados de novembro do IBGE, com LOJAS AMERICANAS PN caindo 1,33% e LOJAS RENNER ON recuando 0,66%. O índice do setor de consumo perdeu 0,58%. Já B2W ON subiu 2,57%.
- GPA PN cedeu 1,44%, com analistas avaliando dados de receita do quarto trimestre, que mostraram crescimento de 24% nas vendas bruta entre outubro e novembro ante mesmo período de 2018. O Credit Suisse considerou o desempenho fraco. CARREFOUR BRASIL ON perdeu 2,35%.
- PETROBRAS PN caiu 1,5% e PETROBRAS ON perdeu 2,23%, com a fraqueza do petróleo no exterior, além da esperada oferta de ações da empresa em poder do BNDES.
- VALE ON cedeu 0,32%, após três altas seguidas, em que se valorizou mais de 4%, apoiada em cenário favorável de analistas para os papéis em 2020. No setor de siderurgia e mineração, GERDAU PN caiu 1,49%, CSN ON perdeu 1,35% e USIMINAS PNA teve baixa de 1,98%.
- MARFRIG ON subiu 4,84%, na terceira alta seguida e ampliando os ganhos em 2020 para cerca de 20%, favorecida por perspectivas positivas para a companhia e o segmento, além da valorização do dólar em relação ao real. JBS ON encerrou com baixa de 0,31%.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.