Ibovespa tem ajuste negativo após recorde com preocupação com vírus na China
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista acompanhava o viés negativo de mercados no exterior nesta terça-feira, um dia após o Ibovespa renovar máxima histórica, com as ações da Cia Hering entre os destaques de baixa, desabando mais de 10%, após o desempenho das vendas no quarto trimestre decepcionarem investidores.
Às 11:37, o Ibovespa caía 0,38%, a 118.412,48 pontos. O volume financeiro somava 4,1 bilhões de reais.
No exterior, o número de mortos pelo surto de coronavírus na China subiu para seis nesta terça-feira, e as autoridades relataram um aumento em novos casos, com receios de que a cifra de infecção aumente ainda mais com as viagens de centenas de milhões de pessoas para o feriado do Ano Novo Lunar no final deste mês.
"O temor de que a doença se alastre para outros países e o que dá o tom de pessimismo para os investidores", afirmaram analistas da corretora Mirae Asset, em nota a clientes.
Wall Street, que retorna de fim de semana prolongado por feriado na segunda-feira, também abriu em queda.
Investidores também estão atentos ao Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça nesta semana. O Brasil está sendo representado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que, entre outros comentários, disse que o Brasil vai abrir compras do governo a estrangeiros e que a economia poderá ter crescimento de 2,5% este ano.
DESTAQUES
- CIA HERING ON desabava 11,5%, refletindo a reação negativa a dados de faturamento no quarto trimestre divulgado pela varejista de vestuário na noite de segunda-feira. A companhia, que vinha registrando alta nas vendas mesmas lojas nos últimos sete trimestres, teve queda de 4% no quesito nos três últimos meses do ano passado.
- BRADESCO PN perdia 0,9% e ITAÚ UNIBANCO PN tinha oscilação positiva de 0,12%, em meio a preocupações com mudanças regulatórias e maior competição no setor. Analistas do Goldman Sachs divulgaram relatório nesta sessão com estimativas para os balanços do quarto trimestre, reiterando visão cautelosa.
- VALE ON recuava 0,9% e CSN ON caía 1,6%, em sessão de queda nos preços futuros do minério de ferro e aço na China, em meio a preocupações com as consequência econômicas de um novo coronavírus descoberto na China.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON perdiam 0,5% e 1%, respectivamente, acompanhando o declínio dos preços do petróleo no mercado internacional.
- TIM ON valorizava-se 4%, com melhora na recomendação para 'outperform' por analistas do Credit Suisse, que afirmaram em relatório a clientes esperar que 2020 seja um bom ano para as empresas de telecomunicações brasileiras. TELEFÔNICA BRASIL PN - que teve recomendação elevada pelo CS para 'neutra' - subia 0,3%. OI ON, que não está no Ibovespa, foi mantida com recomendação 'underperform'. Ainda assim, os papéis disparavam 10,4%, a 1,06 real. Em relatório na véspera, analistas do Bradesco BBI afirmaram que se o acordo entre a Sonangol e a Oi for fechado em janeiro, a Oi poderia potencialmente captar 8 bilhões de reais até o primeiro trimestre de 2020.
- SUL AMÉRICA UNIT avançava 0,7%, também entre as maiores altas. Analistas do BTG Pactual reiniciaram a cobertura dos papéis com recomendação de 'compra' e preço-alvo de 79 reais, citando que veem a companhia como muito mais do que uma seguradora apenas. Eles afirmaram em relatório ver a empresa preparada para crescer na área da saúde, explorando sua marca forte, boa gestão e práticas comprovadas.
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(Edição Alberto Alerigi Jr.)
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