Ibovespa recupera os 118 mil pontos com melhora externa; trégua em bancos e alta de B3 ajudam
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista subiu nesta quarta-feira, acompanhando a recuperação dos mercados no exterior, em movimento favorecido pela trégua nas fortes perdas no setor bancário, enquanto Petrobras recuou após anúncio de oferta de ações e declínio nos preços do petróleo no exterior.
O Ibovespa avançou 1,17%, a 118.391,36 pontos. O volume financeiro da sessão somou 22,5 bilhões de reais.
Na véspera, o Ibovespa caíra 1,54%, com forte declínio de papéis de bancos e da Vale, além de receios sobre um novo vírus na China que adicionaram aversão a risco aos mercados globais.
Na avaliação de Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de renda variável do BTG Pactual digital, parte do desempenho das ações brasileiras nesta sessão refletiu um ajuste a exageros da terça-feira, quando, na dúvida sobre o que se tratava o novo vírus, muitos preferiram realizar lucros.
Ele acrescentou que o investidor permanece otimista com as perspectivas para o cenário local, em particular o andamento das reformas, com a equipe econômica do governo dando sinais claros de que o mesmo empenho dedicado neste ano continuará em 2020.
A expectativa de novo corte na taxa básica de juros, que já está em mínima histórica, acrescentou, é mais um elemento que endossa o viés positivo para a bolsa.
No exterior, os norte-americanos S&P 500 e Nasdaq renovaram recordes, com previsões da IBM favorecendo apostas otimistas para a temporada de resultados corporativos, enquanto investidores continuavam avaliando os riscos ligados ao surto de um novo vírus na China.
Em nota, a equipe de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco destacou que a transparência e a rápida reação das autoridades chinesas têm ajudado a aliviar as preocupações, embora o tema siga sendo monitorado.
DESTAQUES
- PETROBRAS ON fechou estável, após anúncio de oferta secundária na qual o BNDES pode vender até 734,2 milhões de ações ordinárias, em operação que deve ser precificada em 5 de fevereiro. PETROBRAS PN perdeu 1,1%, com a queda nos preços do petróleo no exterior.
- ITAÚ UNIBANCO PN fechou com acréscimo de 0,6% e BRADESCO PN subiu 0,36%, após perdas expressivas na véspera, conforme o setor segue pressionado por receios sobre possíveis efeitos nos resultados devido a mudanças regulatórias, maior competição, juros menores e aumento na tributação.
- B3 ON apreciou-se 6,26%, em meio a expectativas favoráveis para o mercado de capitais brasileiro diante do cenário de juros baixos no país e previsões de retomada da economia nacional, o que deve se refletir em aumento nos volumes negociados na operadora de infraestrutura de mercado.
- USIMINAS PNA saltou 13,93%, tendo no radar relatório do Bradesco BBI citando possibilidade de reajuste de 10% no preço de aços planos para distribuidores e definindo a companhia como sua preferida. CSN ON subiu 6,96% e GERDAU PN valorizou-se 1,24%.
- VALE ON teve acréscimo de 0,48%, enfraquecida pela . Na visão de analistas do Itaú BBA, a denúncia desta semana contra a empresa por crimes relacionados o rompimento de uma barragem em Brumadinho (MG), no ano passado, tem efeito limitado nas atividades em andamento da Vale.
- ELETROBRAS ON avançou 5,59%. O Itaú BBA iniciou a cobertura da ação com recomendação 'outperform', citando balanço muito atrativo de risco/retorno, com substancial espaço de alta se a companhia for privatizada e queda relativamente limitado se o governo federal desistir.
- MARFRIG ON perdeu 2,02%. JBS cedeu 0,13%, em meio a notícias de renegociação de contratos de carne com importadores chineses. MINERVA ON perdeu 7,69%, também pressionada por relatório do Goldman Sachs, que cortou a recomendação da ação a 'venda'. No setor, a BRF, que anunciou que não está renegociando com suas contrapartes no país asiático, fechou com variação positiva de 0,48%.
- KLABIN UNIT avançou 5,29%. A empresa disse na véspera que elevará os preços de celulose de fibra curta e longa em 20 dólares a tonelada para a China para os pedidos com entrega a partir de fevereiro. Também assinou acordos para explorar atividade florestal no Paraná. No setor, SUZANO encerrou em alta de 5,04%.
- XP, negociada na Nasdaq, subiu 4,65%, a 42,48 dólares. Na máxima da sessão, a 43,52 dólares, o papel superou os 100 bilhões de reais em valor de mercado, uma valorização de mais de 60% em relação ao preço definido para sua estreia no mercado acionário norte-americano.
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