Bolsonaro demite secretário-executivo da Casa Civil por viagem em voo da FAB
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro demitiu nesta terça-feira o secretário-executivo da Casa Civil, José Vicente Santini, por ter usado um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar à Índia.
No início da tarde, a Casa Civil anunciou que Fernando Moura, secretário-executivo adjunto da pasta, assumirá o cargo de Santini em definitivo.
Santini, que estava como ministro interino devido a período de férias do titular da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, participou da programação da viagem oficial de Bolsonaro à Índia, onde apresentou a carteira de investimentos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) a investidores.
Ele também esteve em Davos, onde participou da delegação brasileira no Fórum Econômico Mundial. A justificativa para a viagem em avião da FAB, com apenas mais duas assessoras da Casa Civil, seria a necessidade de se juntar rapidamente à comitiva presidencial na Índia.
De acordo com a Casa Civil, a utilização de aeronave da FAB "seguiu os critérios definidos na legislação vigente", mas Bolsonaro considerou a medida um ato inadmissível.
“Questão do avião da Força Aérea: inadmissível o que aconteceu. Já está destituído da função de executivo do Onyx, decidido por mim. Vou conversar com o Onyx, ver quais outras medidas podem ser tomadas contra ele", disse Bolsonaro em entrevista no Palácio da Alvorada após desembarcar da viagem à Índia.
"É inadmissível o que aconteceu. Ponto final. O cargo de secretário-executivo está perdido, outras coisas virão depois que eu conversar com Onyx”, acrescentou.
Bolsonaro não explicou se Santini pode vir a ocupar ainda outro cargo no governo, apenas que ele perderia o cargo de secretário-executivo, posto que passou a ocupar quando Abraham Weintraub deixou o cargo para assumir o Ministério da Educação, em abril deste ano.
"O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram lá de avião comercial, classe econômica, eu mesmo quando não era presidente já viajei para Ásia toda de classe econômica. Não entendi", disse o presidente.
"A explicação que me chegou no primeiro momento é que ele teve que participar da reunião de ministros por isso a premência. Essa não, essa desculpa não vale."
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro, e Lisandra Paraguassu, em Brasília)
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