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Autoridades monetárias se preocupam com risco de vírus da China para crescimento global

30/01/2020 08h49

Por Lindsay Dunsmuir e Leika Kihara

WASHINGTON/TÓQUIO (Reuters) - O surto de vírus em rápida expansão na China está emergindo como um novo risco potencialmente importante para a economia global, deixando as autoridades monetárias-- ainda lutando contra o impacto da guerra comercial sino-americana -- preocupadas com sua crescente repercussão.

Em um sinal de alarme sobre os possíveis danos, o vice-presidente do banco central do Japão, Masayoshi Amamiya, disse nesta quinta-feira que a enorme presença da China na economia mundial deve ser levada em consideração na avaliação do impacto do surto sobre o crescimento global.

As ações em todo o mundo caíam nesta quinta-feira depois que o número de mortes causadas pela disseminação do coronavírus chegou a 170, forçando as companhias aéreas a cortar voos e algumas lojas a fechar.

O impacto potencial do surto sobre a economia mundial ocupou o centro das atenções na coletiva de imprensa do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, na quarta-feira.

"A economia da China é muito importante na economia global agora e, quando a economia desacelera, sentimos isso - mas não tanto quanto os países que estão perto da China ou que negociam mais ativamente com a China, como alguns países da Europa Ocidental", disse Powell.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, também manifestou preocupação nesta quinta-feira, dizendo que está observando de perto o impacto na economia japonesa, incluindo o declínio da entrada de turistas.

Zhang Ming, economista da Academia Chinesa de Ciências Sociais, um dos principais institutos de análise do governo, projetou que o surto reduzirá o crescimento da China no primeiro trimestre em 1 ponto percentual, para 5% ou menos.

"Além do risco para a vida humana, é provável que atinja atividades de viagens e consumo. Em um cenário de infecção generalizada, isso pode enfraquecer materialmente o crescimento econômico e as posições fiscais dos governos na Ásia", disse a S&P nesta quinta-feira.