Em cenário inédito, areias de Copacabana ficam vazias com anúncio de suspensão de acesso à praia
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A praia de Copacabana, uma das mais famosas do Brasil, estava deserta na manhã desta sexta-feira depois da publicação de decreto que suspenderá o acesso para conter o coronavírus, uma imagem rara do ponto de lazer e turismo frequentado diariamente por milhares de pessoas.
A cena inédita para a cidade em um dia de sol chamou a atenção de quem passava pela orla. "Não adianta também as pessoas não irem às praias e se aglomerarem nas praças e locais públicos como eu tenho visto", disse à Reuters o engenheiro Antero Jorge, que promete não por o pé na areia para respeitar as restrições impostas pelo Estado.
"Nunca vi Copacabana assim em 15 anos de praia. Parece um deserto. Se antes já estava difícil por causa da economia ruim imagina agora", disse o ambulante Roberto Gomes.
O decreto fluminense não diz claramente quando o acesso será restrito, mas todas as medidas de isolamento que afetam o setor de transportes começam a vigorar a partir deste sábado.
A perspectiva é que a partir da zero hora comecem rondas e patrulhas na orla das praias do Rio para evitar aglomerações. No último domingo, milhares de pessoas foram às praias para curtir o dia de sol e calor e ainda houve manifestação em Copacabana.
Em Niterói, cidade da região metropolitana, os bloqueios às praias começaram nesta quinta-feira com agentes de segurança orientando banhistas e ainda foram instaladas faixas alertando sobre a interdição.
A Polícia Militar do Rio ainda está definindo o esquema de segurança na orla da zona sul e da zona oeste da capital.
Enquanto as areias da praia estão desertas, o calçadão da orla ainda tem algumas pessoas fazendo caminhada, pedalando ou correndo ao ar livre.
"Aqui na orla, não tem quase ninguém e muito menos gente do que no prédio ou na casa onde moro. Acho que o ar e a brisa da praia são melhores do que o ambiente fechado da minha casa", disse à Reuters o engenheiro florestal, Dagoberto Castro, de 68 anos de idade.
A economia da praia, que envolve ambulantes, vendedores de bebidas, sorvete e biscoitos e quiosques, já sente o baque do impacto causado pelo coronavírus e as regras de isolamento social. "Nós somos oito funcionários e não temos nada para fazer. Estamos olhando um para a cara do outro e sem vender quase nada", disse o funcionário de um quiosque em Copacabana.
"Minha renda caiu já uns 50 por cento. Vamos precisar de ajuda do governo. Tem que ter essa preocupação social", disse o ambulante Júlio Silva , que há 20 anos vender brinquedos de areia e acessórios de praia em Copacabana e Ipanema.
A Prefeitura do Rio já começou a fechar esta semana alguns quiosques da orla por medida de segurança.
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